Tragédia em série no Ceará: Mãe é assassinada 15 dias após perder o filho no mesmo local
Mãe assassinada 15 dias após filho no mesmo local no Ceará

Imagine perder um filho para a violência urbana e, quinze dias depois, ter sua própria vida ceifada no mesmo cenário de dor. Foi exatamente isso que aconteceu com uma família cearense, num daqueles casos que parecem sair de roteiro de filme trágico – mas é a mais pura e crua realidade.

No último dia 3, por volta das 19h30, a Avenida Borges de Melo, no Conjunto Ceará, virou palco de mais um capítulo sombrio. Dona Maria Elisângela Sousa Silva, de 52 anos, foi alvejada com múltiplos tiros enquanto estava dentro de um carro. Ela não resistiu.

Agora vem o detalhe que corta a alma: no dia 19 de agosto, no mesmo pedaço de asfalto, seu filho, Carlos Eduardo Silva de Sousa, de 30 anos, teve o mesmo fim. Mesma violência, mesma localidade, mesmo destino cruel.

Não acabou por aí

E como se não bastasse essa coincidência macabra – que a polícia certamente não acredita ser mera coincidência –, uma terceira mulher foi morta a tiros na mesma área. Sim, você leu direito: três vítimas fatais em poucas semanas, num raio que beira o inacreditável.

Testemunhas contaram à polícia que dois homens chegaram de moto e simplesmente começaram a atirar contra o veículo onde Maria Elisângela estava. Disparos certeiros, sem chance de defesa. O mais revoltante? A moto fugiu como se nada tivesse acontecido, deixando para trás o caos e uma família destruída pela segunda vez em quinze dias.

O que dizem as autoridades

O Delegado Leonardo Rocha, da 16ª Delegacia de Polícia Civil, confirmou que as investigações já começaram e que não descartam a ligação entre os dois crimes. "É natural que haja uma conexão, considerando as circunstâncias tão específicas", admitiu, com a seriedade que o caso exige.

Os corpos foram levados para o Instituto Médico Legal (IML), e os peritos já trabalham nas provas. Balísticas, imagens de câmeras, depoimentos – tudo está sendo vasculhado com lupa. A família, é claro, espera respostas que talvez nunca venham a preencher o vazio das perdas.

Enquanto isso, a pergunta que não quer calar: até quando cenas como essas se repetirão? Quando é que o medo vai deixar de ser companheiro diário de quem precisa circular por avenidas como a Borges de Melo?

O caso está sob investigação da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Qualquer informação pode ser passada anonimamente pelo Disque Denúncia – porque, num cenário desses, o silêncio é cúmplice.