Era para ser mais uma terça-feira comum, daquelas que começam com suor e determinação entre pesos e esteiras. Mas o que deveria ser um momento de cuidado com a saúde se transformou numa cena de pesadelo que vai marcar para sempre a vida de uma jovem de 24 anos. A moça – seu nome ainda preservado pelas autoridades – mal havia cruzado a porta da academia quando o inacreditável aconteceu.
Por volta das 21h30 de terça-feira (2), na Rua João Fraccaroli, no bairro do Bom Retiro, em Santos, o silêncio da noite foi quebrado por estampidos secos. Não foi um acidente, não foi uma briga casual – foi algo que beira o inconcebível. Uma mulher, simplesmente chegou e atirou nas costas da jovem. Covarde? Sem dúvida. E o resultado foi devastador.
A vítima levou dois tiros. Um deles, fatalmente, alojou-se na coluna vertebral. O estrago foi irreversível. Após cirurgias urgentes e aquele suspense angustiante que familiares enfrentam em corredores de hospital, veio o diagnóstico que ninguém quer ouvir: paraplegia. A vida dela mudou completamente naquele instante.
"Ela não reagiu, não houve briga", diz delegado
O delegado Fábio Pinheiro, que comanda o caso, foi categórico ao G1. A versão de que poderia ter havido algum conflito anterior simplesmente não se sustenta. "Não houve briga, discussão, nada disso", afirmou. A vítima estava saindo da academia, distraída, talvez ainda com fones de ouvido, quando foi surpreendida pela agressora.
E aqui entra um detalhe que torna tudo ainda mais assustador: a atiradora não estava sozinha. Um homem a acompanhava, num carro que serviu como veículo de fuga após o crime. Ele dirigiu, ela atirou. Uma combinação mortal que sugere planejamento – e que deixa a comunidade se perguntando: mas que motivação teria para algo tão brutal?
O mais revoltante? A arma do crime foi encontrada abandonada num matagal próximo dali, na Zona Noroeste de Santos. Uma .380, descartada como se fosse lixo, após ter destruído uma vida.
O que se sabe sobre a autora?
Pouco – e isso é aterrorizante. As câmeras de segurança capturaram imagens da mulher, e a polícia já tem uma identidade suspeita. Sabem que ela tem entre 35 e 40 anos, morena, cabelos escuros. Mas o "porquê" ainda é uma sombra que assombra o inquérito.
Não foi roubo, não foi vingança passionaal – pelo menos nada que tenha surgido até agora. Parece um daqueles crimes aleatórios que nos fazem questionar a própria segurança ao sair na rua. A vítima não tinha antecedentes, não se metia em confusão. Era apenas uma jovem tentando cuidar do corpo e da mente.
O hospital onde ela está internada virou um ponto de dor e esperança. A família, é claro, está arrasada. E a gente se pergunta: como seguir em frente depois de uma tragédia dessas? A vida pode ser absurdamente cruel às vezes.
A Polícia Civil segue investigando com prioridade. Qualquer informação que pareça mínima pode ser crucial. Quem viu algo, quem ouviu algo, deve falar. Disque 181 ou procure uma delegacia. O anonimato é garantido.
