
Era para ser mais um dia comum na movimentada Praia do Gonzaguinha, em São Vicente, mas o que começou como uma tentativa banal de assalto rapidamente descambou para o impensável. Por volta das 14h desta quarta-feira (30), um homem — cuja identidade ainda não foi divulgada — decidiu que aquela seria sua última jogada errada na vida.
A vítima, uma mulher que preferiu não se identificar (e quem poderia culpá-la?), caminhava distraída pela orla quando foi surpreendida pelo meliante. O que ele não contava? Que a suposta 'presa fácil' reagiria com uma coragem que nem ela mesma sabia ter.
O confronto que virou o jogo
Testemunhas relatam uma cena digna de filme policial: o bandido, claramente inexperiente, parece ter subestimado a reação da mulher. Na luta corporal que se seguiu — dessas que deixam marcas tanto no corpo quanto na memória —, algo saiu terrivelmente errado.
"Ouvi um grito, depois um barulho seco. Quando olhei, ele estava caído", conta um ambulante que preferiu não se identificar. A polícia suspeita que, durante a queda, o assaltante bateu a cabeça em algum objeto contundente. Ironia cruel: a vítima do próprio crime.
Reações em cadeia
O local, normalmente tomado por banhistas despreocupados, transformou-se num palco de caos:
- Pessoas correndo em direções opostas
- Celulares filmando antes mesmo de pensar em chamar ajuda
- O som distante de sirenes se aproximando, sempre tarde demais
O SAMU chegou rapidamente, mas já era tarde. O homem, que minutos antes planejava saquear pertences alheios, agora jazia sem vida no calçadão — seu último ato na terra, uma tentativa fracassada de violência.
"É o tipo de coisa que te faz pensar duas vezes antes de sair de casa", murmura uma senhora enquanto observa a cena, apertando a bolsa contra o corpo com força desnecessária.
O que as autoridades dizem
A delegacia regional já abriu inquérito para apurar os detalhes — porque mesmo criminosos têm direito a investigação quando a morte chega sem aviso. A perícia técnica esteve no local recolhendo evidências, enquanto agentes colhiam depoimentos entre os presentes.
Um detalhe curioso: a mulher assaltada, após o susto inicial, recusou atendimento médico. "Só quero esquecer isso", teria dito aos policiais, antes de desaparecer entre as ruas vizinhas. Quem pode julgá-la?
Enquanto isso, na Praia do Gonzaguinha, a vida segue seu curso. As ondas continuam batendo na areia, indiferentes ao drama humano que acabara de se desenrolar. Mas para os que testemunharam, há uma lição que fica: às vezes, o perigo vem rápido demais — e parte mais rápido ainda.