
A vida na periferia de Salvador nunca foi fácil, mas o que aconteceu na última terça-feira (30) deixou até os mais endurecidos de cabelo em pé. Um homem — cuja identidade ainda não foi divulgada — foi executado a sangue frio após dizer "não" ao recrutamento de uma facção. Mais de dez tiros. Na rua. À luz do dia.
Segundo vizinhos que preferiram não se identificar (e quem pode culpá-los?), a vítima vinha sendo pressionada há semanas. "Ele era trabalhador, cara. Pintor. Não queria nada com esse mundo", contou um morador, enquanto ajustava o boné nervosamente.
O crime que virou rotina?
Parece filme de máfia, mas é a realidade de muitos bairros. A polícia chegou a encontrar 12 cápsulas de pistola no local — e olha que nem precisou procurar muito. O corpo estava caído próximo a um boteco, onde horas antes o homem tomava sua cerveja gelada como qualquer outro dia.
- Local: Rua da Paz (ironia cruel)
- Hora: 17h30 — crianças voltando da escola
- Arma: Provavelmente .40, segundo os peritos
O delegado responsável pelo caso, que pediu para não ser nomeado (surpresa?), afirmou que "a investigação está em andamento". Traduzindo: mais um que vai engrossar as estatísticas. Enquanto isso, a viúva — grávida de sete meses — tenta entender como vai criar o filho sozinha.
E aí, sociedade?
Enquanto discutimos se o preço do feijão subiu ou se o último BBB foi chato, histórias como essa viram só mais um número. A pergunta que fica: até quando? Até quantos "nãos" custarão vidas? O recado das facções está claro: ou você joga pelo seu time, ou vira alvo.
PS: Se alguém aí ainda acha que violência urbana é exagero da mídia, sugiro um passeio sem blindado por certas regiões depois do pôr do sol. Só não garanto a volta.