Mãe de genro morto em Guarapari desabafa: "Foi assassinato cruel, não legítima defesa"
Mãe nega legítima defesa em morte de genro no ES

O ar ficou pesado em Guarapari desde aquela tarde de terça-feira. Aquele tipo de silêncio que dói nos ouvidos — o que vem depois do grito. E olha que teve grito, viu? A dona Maria (nome fictício, porque a dor já é real demais) ainda treme quando lembra. "Meu filho foi executado. Não me venham com essa história de legítima defesa", dispara, com a voz embargada.

O caso, que tá dando o que falar no Espírito Santo, parece saído de um daqueles filmes de suspense que a gente torce pra não ser real. Só que é. E como é.

O que rolou de verdade?

Segundo o boletim de ocorrência, a sogra — uma senhora de 62 anos — teria agido em "defesa própria" após discussão com o genro de 35. Mas a família da vítima não engole essa versão nem a pau.

  • A vítima teria ido buscar os filhos na casa da ex-mulher (filha da acusada)
  • Testemunhas ouvidas pela polícia contam que a discussão esquentou rápido
  • "Ela foi buscar a faca na cozinha. Isso é premeditação, não defesa", acusa a mãe do falecido

O delegado responsável pelo caso, que pediu pra não ser identificado, admitiu à reportagem que existem "pontos contraditórios" no depoimento da idosa. "Tem marcas de luta no corpo dele que não batem com a história dela", soltou, entre um gole de café requentado.

Números que doem

Pra você ter ideia da gravidade:

  1. Foram 12 facadas no total
  2. 3 delas em áreas vitais
  3. O rapaz ainda chegou a ser levado pro hospital, mas não resistiu

E agora? Bom, a defesa da idosa tá se agarrando no artigo 25 do Código Penal — a tal da legítima defesa. Mas o Ministério Público já avisou que pode pedir a reclassificação pra homicídio qualificado. "Quando você analisa as circunstâncias...", começou o promotor, antes de fazer aquela pausa dramática, "tem coisa que não fecha".

Enquanto isso, na varanda de uma casa simples no bairro Morro da Lagoa, uma mãe chora o filho que não vai mais voltar. "Ele era trabalhador, pai dedicado. Merecia coisa melhor", diz, enxugando as lágrimas com a ponta do lenço. Do outro lado da cidade, uma senhora aguarda o julgamento — seja da justiça dos homens ou da que vem depois.