Policial da Rocam é baleado durante operação tensa na favela de Paraisópolis, em SP
Policial da Rocam baleado em operação em Paraisópolis

Não deu outra. Naquela madrugada de quinta-feira (8), o clima pesado já dava sinais de que algo ia acontecer na favela de Paraisópolis, zona sul de São Paulo. Por volta das 3h da manhã, um agente da Rocam (Rondas Ostensivas com Apoio de Motocicletas) acabou atingido por um disparo durante uma abordagem de rotina — ou pelo menos era pra ser.

Segundo fontes da corporação, o policial — que não teve o nome divulgado — foi socorrido ainda no local e levado às pressas para um hospital próximo. Felizmente, o estado de saúde dele é considerado estável, mas o susto ficou. A bala pegou no braço, e os médicos garantem que não há risco de sequelas.

Operação sob tensão

Quem já acompanhou operações policiais em comunidades sabe como é: tudo pode mudar num piscar de olhos. Dessa vez, a ação começou tranquila, mas logo descambou para o caos. Testemunhas relatam que os tiros surgiram do nada, como um trovão em dia de sol. Os policiais, que estavam em número reduzido, tiveram que se proteger enquanto aguardavam reforços.

— A gente ouviu uns cinco ou seis disparos, mas não deu pra ver de onde vinham — contou um morador que preferiu não se identificar, com a voz ainda trêmula. — Todo mundo se escondeu. Ninguém quer ser confundido com bandido nem com polícia.

O que se sabe até agora

  • O policial baleado integrava uma equipe de motociclistas da Rocam
  • Não há informações sobre suspeitos presos ou feridos
  • A área foi isolada, mas ninguém foi detido até o momento
  • A Secretaria de Segurança Pública ainda não se pronunciou oficialmente

Parece que a história se repete. Paraisópolis, uma das maiores favelas da capital paulista, vive há anos no centro de um debate inflamado sobre segurança pública. De um lado, moradores reclamam de abordagens truculentas; de outro, policiais argumentam que trabalham em condições precárias, sem informações precisas sobre os riscos.

Enquanto isso, o agente baleado deve receber alta em breve — um alívio num cenário que poderia ter terminado muito pior. Mas e aí, quando é que essa gangorra de violência vai parar? Difícil dizer. Enquanto as autoridades não encontrarem um meio-termo entre repressão e prevenção, episódios como esse continuarão fazendo parte da rotina nas periferias.