
Numa tarde que começou como qualquer outra na movimentada zona sul de São Paulo, o clima de tensão tomou conta da favela de Paraisópolis. Por volta das 15h desta quarta-feira (7), um PM — cujo nome ainda não foi divulgado — acabou atingido durante uma ação rotineira que, como tantas vezes acontece, descambou para o imprevisível.
Segundo relatos de testemunhas (que preferiram não se identificar, claro), os tiros ecoaram feito fogos de artifício fora de época. Só que, em vez de alegria, deixaram rastro de preocupação. O policial, que integrava um grupamento tático, foi socorrido às pressas para um hospital da região. Até o fechamento desta matéria, seu estado de saúde era considerado estável — um alívio, convenhamos.
Operação de rotina vira cenário de violência
Detalhes são escassos — quando não são, em situações assim, né? — mas sabe-se que a equipe atuava no local como parte daquela velha história: combate ao tráfico. De repente, o que era pra ser mais um dia de trabalho virou caos. Disparos cruzados, gente correndo, sirenes. O tipo de cena que, infelizmente, já virou quase lugar-comum em certas áreas da cidade.
Moradores ouvidos pela reportagem — entre um suspiro e outro — contaram que ouviram pelo menos dez detonações. "Parecia filme de ação, só que de verdade", desabafou um senhor que vende pipoca na esquina há 20 anos. Ele, que já viu de tudo, ainda se assusta.
E agora?
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) confirmou o ocorrido em nota seca, daquelas que deixam mais perguntas que respostas. Prometeram investigar (óbvio), mas ninguém segura o tranco quando a pergunta é: até quando? Enquanto isso, na comunidade, a vida segue — entre medo e resignação.
Paraisópolis, aquela que já foi capa de revista por sua vibrante cultura, hoje estampa manchetes por motivos menos nobres. O policial baleado é só mais um nome numa lista que não para de crescer. E a gente fica aqui, na torcida para que um dia — quem sabe? — histórias como essa virem exceção, não regra.