
Não foi um dia qualquer na movimentada Aracaju. Por volta das 10h desta segunda-feira (28), um homem em situação de rua — cuja identidade ainda não foi divulgada — tentou forçar a entrada no 5º Batalhão da Polícia Militar, localizado no centro da capital sergipana.
Segundo relatos de testemunhas, o indivíduo estava visivelmente alterado. "Ele gritava coisas desconexas e batia com força no portão", contou um vendedor ambulante que preferiu não se identificar. A situação escalou rápido, muito rápido.
O momento crítico
Dois policiais que estavam de plantão tentaram conter o homem, mas ele teria reagido de forma agressiva. "Foi tudo muito rápido", admitiu um dos PMs envolvidos, sob condição de anonimato. "A gente não sabia se ele estava armado ou não — a prioridade era proteger quem estava dentro do prédio."
Um tiro. Apenas um. O estampido ecoou pelas ruas próximas, causando pânico entre comerciantes e transeuntes. O homem caiu no chão, ferido, mas consciente. Rapidamente, os próprios policiais prestaram os primeiros socorros enquanto aguardavam o SAMU.
As versões e os questionamentos
A PM emitiu uma nota afirmando que "agiu em estrita legítima defesa" e que o atirador seguiu todos os protocolos. Mas, como sempre acontece nesses casos, as perguntas são muitas:
- Era realmente necessário usar força letal?
- O homem representava uma ameaça iminente?
- O que levou alguém em situação de vulnerabilidade a tentar invadir uma delegacia?
O caso agora está nas mãos da Corregedoria da PM, que prometeu investigar "com rigor e transparência". Enquanto isso, o ferido — que sofreu um ferimento no ombro — está estável no Hospital de Urgência de Sergipe.
Nas redes sociais, o episódio já rende discussões acaloradas. De um lado, quem defende a ação policial. De outro, quem questiona o tratamento dado às pessoas em situação de rua. "Isso aqui tá virando um faroeste", comentou um usuário no Twitter.
Uma coisa é certa: em um país onde a violência policial é tema constante de debate, cada caso como esse acende um novo pavio. E em Aracaju, o pavio queimou rápido demais.