
Eis que a tecnologia decide dar as caras nas ruas de Salvador — e não é só no celular da galera. A partir desta semana, agentes de mais 10 batalhões da Polícia Militar na capital e região metropolitana estão com um novo "acessório" no uniforme: aquelas câmerinhas que parecem saídas de filme de ficção científica, mas prometem ser o xodó da transparência.
Não é brincadeira não. A Secretaria de Segurança Pública tá botando fé que esses equipamentos vão mudar o jogo. "É como se a gente tivesse colocado um olho extra — sem piscar — em cada operação", comenta um cabo que pediu pra não ser identificado, enquanto ajusta o dispositivo no peito. A voz dele misturava curiosidade com um pé atrás, desses que todo mundo tem com novidade.
Onde a coisa pega
Os novos municípios que entraram na dança são: Camaçari, Lauro de Freitas, Simões Filho... (a lista completa você confere mais abaixo). Juntos, eles somam um batalhão de quase 300 câmeras — cada uma custando o olho da cara, diga-se de passagem. R$ 3 mil por unidade, segundo meus cálculos de padaria.
- Gravação em HD que não perdoa nem um fio de cabelo fora do lugar
- Bateria que aguenta plantão de 12h — ou quase
- Armazenamento em nuvem com criptografia
Ah, e tem um detalhe: os vídeos viram prova documental em processos judiciais. Traduzindo: se o policial erra a mão — ou se o cidadão inventa moda —, a imagem não mente.
Entre elogios e... será?
O comandante-geral da PMBA soltou nota cheia de pompa: "Medida alinhada com as melhores práticas mundiais". Já o sindicato dos PMs resmungou sobre falta de treinamento adequado — porque no Brasil, como sabemos, sempre tem um "mas" escondido na gaveta.
Na rua, a opinião é salada mista. "Agora vou poder gravar o policial me xingando em alta definição", ironizou um motoboy na Lapa, enquanto ajustava o capacete. Do outro lado, dona Maria, vendedora ambulante, aprovou: "Quero ver se vão parar de me enxer o saco por causa da minha barraquinha".
Fato é que, desde que implantaram as primeiras câmeras no ano passado, os números brigam para contar uma história:
- Queda de 18% em denúncias contra policiais
- Aumento de 40% nas identificações de criminosos
- Redução de 25% em gastos com indenizações
Não é mágica — é tecnologia com fiscalização. Resta saber se, dessa vez, o remédio amargo da vigilância vai ser bem digerido por todos os lados.