Motoboy é agredido por PMs em SP enquanto grita por socorro: "Estão me enforcando!"
Motoboy agredido por PMs em SP enquanto pedia socorro

Era pra ser mais um dia normal de trabalho, mas acabou virando pesadelo. O motoboy — vamos chamá-lo de Carlos pra preservar sua identidade — não imaginava que, ao sair pra entregar mais uma encomenda, levaria chutes, socos e ouviria frases como "cala a boca" de quem deveria protegê-lo. A cena, filmada por uma testemunha, é de cortar o coração: ele no chão, com um PM segurando seu pescoço, enquanto grita, rouco, "tão me enforcando!".

O caso aconteceu na Zona Leste de São Paulo, num daqueles bairros onde o asfalto rachado parece espelhar as fissuras sociais. Segundo relatos, tudo começou com uma abordagem que escalou rápido — muito rápido. Do "para onde você tá indo?" ao "vai aprender a respeitar autoridade" em questão de segundos. O celular que registrou tudo não mostra o início, mas o suficiente pra deixar claro: ali tinha mais força bruta do que protocolo policial.

O vídeo que não sai da cabeça

Nas imagens, três coisas chamam atenção:

  • O desproporcional: 1 motoboy sem armas contra 3 PMs equipados
  • A frase "só tô trabalhando" repetida como mantra pelo rapaz
  • Os transeuntes assistindo calados — quem nunca ficou paralisado diante do abuso?

Nas redes, o vídeo explodiu. De um lado, quem defende os PMs dizendo "deve ter dado motivo". Do outro, quem pergunta: que motivo justifica quase estrangular alguém no asfalto quente? A Secretaria de Segurança Pública prometeu apurar, mas você conhece o script — "investigação em andamento" até o caso esfriar nos trending topics.

Entre estatísticas e realidade

Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostram que São Paulo lidera em registros de violência policial. Números, números. Até você ver um vídeo desses e perceber que por trás de cada porcentagem tem um grito sufocado, um "por favor" não ouvido. O motoboy, depois de liberado, recusou atendimento médico. Medo de retaliação? Vergonha? A gente só sabe que ele sumiu no labirinto da cidade, levando no corpo as marcas e na alma a pergunta: como confiar em quem deveria servir e proteger?

Enquanto isso, na internet, o debate esquenta. De memes a protestos, de "bandido bom é bandido morto" a "vidas precárias importam". E você, o que acha? Até onde vai o direito de uns em cima da dignidade de outros?