
Não é todo dia que a Justiça dá um basta em situações que beiram o absurdo. Mas desta vez, o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) não só deu um chega pra lá como mandou o estado tirar do bolso R$ 50 mil para indenizar uma mãe que passou pelo inferno em vida.
Tudo começou numa daquelas operações policiais que, convenhamos, já começam erradas. Era 2021, e um grupo de PMs decidiu que a melhor forma de "mostrar serviço" era exibir o corpo sem vida de um jovem de 19 anos - completamente nu - como se fosse troféu de caça.
O que de fato aconteceu?
Segundo testemunhas (e até imagens que circularam), os agentes simplesmente jogaram o corpo no chão em frente à casa da família, numa cena digna de filme de terror. Detalhe macabro: a operação deixou outras sete vidas perdidas, mas foi essa exposição desumana que virou o estopim da revolta.
A mãe do rapaz - que prefere não ter o nome divulgado - descreveu a cena como "uma tortura que não acaba nunca". E não é pra menos. Imagina você abrir a porta de casa e se deparar com o corpo do seu filho exposto como objeto?
O que diz a decisão judicial
O desembargador responsável pelo caso foi categórico: chamou a conduta dos PMs de "bárbara", "desumana" e (pasme!) "própria de regimes totalitários". Na sentença, ele destacou que até em guerra existem regras - e os agentes do estado simplesmente pisaram em todas.
Além da indenização, o TJPE determinou que:
- O estado tem 15 dias para pagar (com juros se atrasar)
- O valor deve ser corrigido desde a data dos fatos
- Cabe recurso, mas a decisão tem força de lei
Parece pouco? A defensoria pública já avisou que vai brigar por mais. "Nenhum valor paga a dor de uma mãe", disparou o defensor responsável pelo caso.
E os PMs envolvidos?
Aí é que tá o pulo do gato. Enquanto a mãe espera justiça há três anos, os agentes seguem trabalhando normalmente. A corregedoria da PM diz que "investiga o caso", mas até agora - adivinhe? - nada de punição.
Um detalhe curioso (pra não dizer revoltante): durante o julgamento, os advogados do estado tentaram argumentar que "a operação foi legítima". O desembargador não só rejeitou como ainda deu uma "lapada seca" nos argumentos.
Enquanto isso, nas redes sociais, o caso voltou a virar assunto. Alguns defendem os PMs, dizendo que "bandido bom é bandido morto". Outros - a maioria - lembram que até criminosos têm direito à dignidade. E você, o que acha?