Julgamento Histórico: Acusados de Assassinar PM Dentro de Quartel no Amazonas Enfiam a Justiça
Julgamento por morte de PM dentro de quartel no AM

O tribunal do Amazonas se prepara para um daqules julgamentos que marcam época. Nesta segunda-feira, a Justiça abre as portas para um caso que, francamente, deixou todo mundo de cabelo em pé. Dois homens — identificados como Edvan da Silva e Francisco das Chagas — finalmente vão encarar o peso da lei pela morte da soldado Deusiane Nunes.

E o detalhe mais aterrador? O crime aconteceu dentro do 2º Batalhão da Polícia Militar, em pleno bairro São José. Sim, você leu certo: dentro do quartel. Aquele lugar que deveria ser sinônimo de segurança absoluta.

Uma Noite que Virou Pesadelo

A história remonta àquela fatídica madrugada de 29 de dezembro de 2022. Deusiane, com apenas 25 anos, estava de serviço quando tudo aconteceu. Segundo as investigações — e isso é de cair o queixo — os acusados simplesmente invadiram o quartel. Não, não foi uma operação complexa digna de filme. Eles pularam o muro. Sim, pularam o muro de uma unidade policial.

O que se seguiu foi uma cena de horror. A soldado foi atingida por múltiplos tiros. Três, para ser exato. Dois no tórax, um na perna. A violência do ataque sugere algo muito além de um assalto comum — parece ter sido execução, pura e simplesmente.

As Peças do Quebra-Cabeça

As investigações foram montando o puzzle aos poucos. As câmeras de segurança — ironicamente — captaram os dois homens circulando pela área pouco antes do crime. As imagens mostravam eles se aproximando do muro do quartel. Depois, sumiam da visão. Minutos depois, os disparos.

O que me deixa pensando: como é que dois civis conseguem simplesmente pular o muro de um batalhão da PM e ninguém percebe? A pergunta ficou ecoando nos corredores da polícia por meses.

Motivação: O Grande Ponto de Interrogação

Aqui entra o que talvez seja o aspecto mais intrigante do caso. Inicialmente, se especulou sobre roubo — afinal, a arma da soldado havia sumido. Mas, convenhamos, invadir um quartel policial para roubar uma arma? Soa como missão suicida.

Outra linha de investigação apontava para possíveis conflitos internos. Deusiane teria se envolvido em discussões com um dos acusados dias antes. Coisa de vizinhança, sabe como é? Só que ninguém imaginava que poderia terminar em tragédia.

O promotor João Lúcio de Mendonça, que está com a batata quente na mão, já adiantou que vai pedir a condenação dos dois. A acusação é de latrocínio — que, para quem não sabe, é roubo seguido de morte. Uma figura hedionda, daquelas que não dá direito a fiança e pode render até 30 anos de cana.

O Legado de Deusiane

Enquanto os acusados se preparavam para o julgamento, a família de Deusiane tenta seguir em frente. A soldado deixou um filho pequeno — hoje com 7 anos — que vai crescer sem a mãe. Uma realidade dura, daquelas que a gente evita pensar no dia a dia.

O caso também serviu como alerta para as forças de segurança. Desde então, a PM amazonense revisou todos os protocolos de segurança dos quartéis. Muros mais altos, mais câmeras, vigilância reforçada. Medidas que, convenhamos, chegaram com atraso — mas pelo menos chegaram.

O julgamento promete ser longo. A defesa já sinalizou que vai contestar várias provas. Dizem que as identificações foram feitas de forma irregular, que não há provas técnicas conclusivas. O usual, né? Enquanto isso, a família de Deusiane espera por justiça. E a sociedade amazonense observa, na esperança de que tragédias como essa não se repitam.