
O plenário da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro virou um verdadeiro campo de batalha ideológica nesta quarta-feira. E o motivo é um projeto de lei que, não brinca, propõe uma tal de "gratificação faroeste" para agentes de segurança. A expressão já diz tudo, né? Soa como algo saído de um filme de cowboy – e é exatamente essa a polêmica.
De um lado, os defensores da medida, como o deputado Rodrigo Bacellar (PL), batem o pé argumentando que é uma forma de valorizar quem arrisca a pele diariamente. "O policial que enfrenta o perigo de frente merece um reconhecimento além do salário", dispara o parlamentar, num discurso que ecoa entre parte da bancada governista.
O Outro Lado da Moeda: Incentivo à Violência?
Mas é claro que a coisa não é tão simples. A oposição reagiu com a força de um rojão. Para deputados como Renata Souza (PSOL), a proposta é um tremendo equívoco. "Isso não é incentivo ao trabalho, é estímulo à letalidade", critica, com a voz carregada de preocupação. A questão de fundo, que todo mundo evita dizer claramente, é se o estado estaria, na prática, colocando preço na vida de suspeitos.
E no meio disso tudo, uma pergunta que não quer calar: onde fica a linha entre ação policial legítima e um excesso premiado? A discussão mexe com um vespeiro de questões não resolvidas sobre segurança pública no estado.
- O projeto ainda precisa passar por várias comissões
- Há dúvidas sobre a origem dos recursos para o pagamento
- A definição do que seria uma "ação meritória" é vaga
Parece que a ALERJ vai ter pano pra manga por um bom tempo. Enquanto os deputados se degladiam no debate, a população fica na expectativa – e os policiais, na corda bamba entre o dever e a suposta recompensa. Uma coisa é certa: a tal "gratificação faroeste" promete acirrar ainda mais os ânimos na casa.