Operação Escudo: Caso do motoboy baleado nu em banheiro é o único que segue sem solução no MP-SP
Caso do motoboy baleado nu é único sem solução no MP-SP

Quase dois anos se passaram. E aquele episódio brutal — que chocou o país — teima em não encontrar seu epílogo nos corredores do Ministério Público de São Paulo. Enquanto todos os outros inquéritos da famigerada Operação Escudo já tiveram um destino, este, talvez o mais simbólico de todos, ainda vagueia sem uma definição concreta.

Lembra? Um motoboy, nu, dentro do banheiro de um posto de gasolina. Um tiro. A cena parecia saída de um filme de terror, não é mesmo? Pois é. A realidade, às vezes, supera qualquer ficção. E a busca por respostas continua, mas esbarra numa teia complexa de versões e — pasme — na dificuldade de identificar quem, de fato, puxou o gatilho.

O labirinto das investigações

O G1 teve acesso a informações que mostram o verdadeiro quebra-cabeça que os promotores enfrentam. A vítima — sim, porque é assim que temos de tratá-lo — deu uma versão. Os policiais militares envolvidos, é claro, apresentaram outra totalmente diferente. E aí, meu amigo, começa o impasse.

Sem um consenso, sem testemunhas que possam cravar o que aconteceu naquele cubículo… fica a palavra de um contra a de vários. E o MP, então, se viu num beco sem saída, solicitando novas diligências à Polícia Civil. Querem tentar desvendar, de uma vez por todas, quem foi o autor do disparo. Mas, cá entre nós, depois de tanto tempo, fica cada vez mais difícil.

E os outros casos?

Ah, essa é a parte que mais dói. Enquanto este caso patina, os outros 21 inquéritos que nasceram da mesma operação já foram arquivados ou tiveram suas denúncias aceitas pela Justiça. Uma disparidade gritante, que não passa despercebida. Parece que este ficou para trás, esquecido numa gaveta empoeirada.

A operação inteira, que rendeu imagens fortes e revolta nas redes sociais, já foi até alvo de um relatório do Conselho Nacional de Direitos Humanos. Eles recomendaram a imediata responsabilização dos envolvidos. Mas, como se vê, recomendar é uma coisa. Fazer acontecer é outra completamente diferente.

O tempo passa. A poeira dos noticiários vai baixando. E o risco de casos assim caírem no esquecimento é enorme. A pergunta que fica, e que ecoa silenciosamente, é: será que um dia teremos justiça? Ou esse será apenas mais um daqueles nomes num arquivo esquecido, um triste símbolo de uma batalha perdida?