
E então a Alerj resolveu botar lenha na fogueira de um debate que parecia ter esfriado. Numa votação que dividiu opiniões - e como dividiu - os deputados estaduais deram sinal verde para a volta daquela tal gratificação para policiais civis que... bem, que matam suspeitos em confrontos.
Parece filme de ação, mas é a realidade carioca. A coisa aconteceu nesta quarta-feira, e olha, o plenário não estava nada pacífico. De um lado, os defensores da medida batendo na tecla da valorização profissional e do estímulo ao enfrentamento do crime. Do outro, vozes alertando para o perigo de estímulo à letalidade.
Os números por trás da polêmica
O valor? R$ 1.925,41. Não é qualquer trocado, convenhamos. E a justificativa oficial fala em reconhecer o risco extremo que esses profissionais enfrentam no dia a dia. Mas cá entre nós, será que colocar um preço numa vida - mesmo que de suspeito - é o caminho?
O projeto é de autoria do deputado Carlos Macedo, do Republicanos. Ele defende a medida com unhas e dentes: "Precisamos dar respaldo aos nossos policiais", argumenta. Mas a oposição não engoliu a história. Chamaram de "incentivo perigoso" e "retrocesso civilizatório".
E o que muda na prática?
- Pagamento único por ocorrência com morte de suspeito
- Valor fixo de quase dois mil reais
- Apenas para casos classificados como "ato de resistência"
- Necessita de investigação interna prévia
O curioso é que essa gratificação já existiu antes, entre 2019 e 2021. Foi suspensa pelo governador Cláudio Castro, que na época alegou questões orçamentárias. Agora, volta com força total - e com uma carga simbólica que vai muito além do valor em reais.
Rio de Janeiro sendo Rio de Janeiro, não é? Enquanto alguns comemoram o que chamam de "medida necessária", outros temem o que pode vir pela frente. O debate sobre segurança pública nunca foi simples, mas essa decisão joga gasolina na fogueira.
E a pergunta que fica: será que dinheiro é mesmo a resposta para questões tão complexas? O tempo - e as estatísticas - dirão.