
Imagine a cena: um lar que deveria ser refúgio vira palco de terror. A cada três casos de violência contra mulheres no Brasil, pelo menos um acontece com os filhos assistindo tudo. Não são números frios — são vidas marcadas pra sempre.
Os dados, que dariam um roteiro de filme de horror, mostram uma realidade que muitos fingem não ver. "É como se a violência domesticasse a inocência", comenta uma psicóloga que prefere não se identificar — ironicamente, por medo de represálias.
O silêncio que grita
Segundo especialistas, essas crianças desenvolvem:
- Problemas de aprendizado (quando conseguem ir à escola)
- Distúrbios do sono — quem dorme com barulho de brigas?
- Tendência a repetir o ciclo de violência
Não é exagero dizer que uma geração inteira está sendo criada achando normal o que nunca deveria ser.
O que diz a lei?
A legislação brasileira até tenta proteger — na teoria. Na prática, muitos casos viram apenas mais um número em delegacias lotadas. Alguns juízes, pasmem, ainda consideram "briga de casal" o que claramente é crime.
E enquanto isso, as crianças? Ah, essas viram "danos colaterais" de uma guerra particular. Como se trauma infantil fosse menos importante que arranhão na pintura da família perfeita.
O pior? Muitas mães não denunciam justamente por causa dos filhos. Medo de perder a guarda, de não ter pra onde ir, de piorar a situação. Um labirinto sem saída aparente.