
Os números não mentem — e, infelizmente, assustam. Divinópolis registrou um salto de 15% nos casos de violência contra mulheres nos primeiros seis meses de 2025. Sim, você leu certo: a cada dez vítimas no ano passado, agora são quase doze. E olha que nem estamos falando só de agressão física (que já seria grave demais), mas de um leque sinistro que vai desde ameaças até situações que beiram o inacreditável.
Quem trabalha na ponta — delegados, assistentes sociais, aqueles heróis anônimos dos CRAMs — não esconde a preocupação. "A gente vê o desespero no olho das vítimas", conta uma psicóloga que prefere não se identificar. "Muitas chegam tremendo, com vergonha de denunciar o próprio marido. Algumas nem sabem que xingar até a quinta geração já é crime."
O que está por trás desse aumento?
Bom, aqui a coisa fica complexa. Especialistas jogam várias hipóteses na mesa:
- Crise econômica apertando os ânimos (e os punhos) dentro de casa
- Subnotificação durante a pandemia criando uma "bola de neve" agora
- Falta crônica de políticas públicas eficientes — sabe aquela história de "enxugar gelo"?
E tem mais: alguns dados sugerem que os agressores estão ficando... como dizer... "criativos". A delegada Ana Lúcia (nome fictício) revela casos bizarros: "Teve um sujeito que controlava a mulher pelo app do banco. Outro instalou câmera no banheiro. A violência tá se modernizando, e isso é assustador".
E as soluções?
Pois é, aqui o buraco é mais embaixo. A prefeitura promete reforçar as campanhas — aquelas que a gente vê no ônibus e depois esquece. Mas será que basta? Enquanto isso, os abrigos seguem lotados, as medidas protetivas viram papel picado, e o 180 recebe chamadas que dariam um filme de terror.
Numa cidade que se orgulha do progresso, esses 15% são um tapa na cara. Ou melhor, vários tapas. E se tem uma coisa que ninguém discute é que, sem educação, emprego e — principalmente — respeito, essa curva vai continuar subindo feito foguete.