
Imagine viver com a sensação constante de estar sendo observada. Para uma dentista de Santa Catarina, isso virou realidade — e pesadelo. Durante meses, ela foi alvo de um stalker implacável, que cruzou todos os limites. O desfecho? Uma internação psiquiátrica de emergência.
Não foi um susto passageiro. O perseguidor — cuja identidade ainda não foi divulgada — usava táticas dignas de filme de terror: mensagens obsessivas, aparições inesperadas, até ameaças veladas. "Parecia que ele sabia cada passo meu", contou uma amiga da vítima, em choque. A polícia suspeita que ele a monitorava através de redes sociais e aplicativos de localização.
Quando o virtual vira perigo real
O caso expõe uma triste verdade: a linha entre "atenção" e "obsessão" pode sumir num piscar de olhos. No começo, eram elogios inocentes. Depois, virou uma chuva de mensagens — 50, 100 por dia. Quando ela bloqueou o número, ele apareceu na clínica. "Foi quando ela começou a ter crises de ansiedade", revela o irmão.
Psiquiatras alertam: vítimas de stalking muitas vezes demoram a buscar ajuda. "É como se normalizassem o absurdo", explica Dra. Renata Moraes, especialista em trauma. No caso da dentista, o estresse crônico desencadeou uma crise severa. "Ela chegou a acreditar que ele estava em todo lugar", relata uma enfermeira do hospital.
O lado B da tecnologia
O que mais assusta? Ferramentas que deveriam conectar viraram armas. Investigadores encontraram no celular do acusado:
- Apps de rastreamento camuflados
- Fotos tiradas à distância
- Print de stories com geolocalização ativada
"Isso não é paixão, é controle", dispara o delegado responsável. O homem — que já respondia por violência contra ex-namorada — agora enfrenta acusações mais graves. Enquanto isso, a dentista segue em tratamento. "Ela mal reconhece o próprio reflexo", desabafa uma familiar.
O caso reacendeu o debate sobre leis antiperseguição no Brasil. Afinal, até quando vítimas precisarão chegar ao limite para serem ouvidas?