
Era pra ser um laço de sangue, uma proteção — mas virou pesadelo. Na periferia de Salvador, um homem foi detido nesta segunda-feira (2) sob a suspeita de cometer um daqueles crimes que deixam a gente sem ar: agredir brutalmente a própria irmã, uma mulher com deficiência intelectual.
Segundo testemunhas, a violência era frequente. Dessa vez, porém, extrapolou todos os limites. A vítima, de 41 anos, apresentava hematomas pelo corpo, marcas de espancamento e ferimentos que contavam uma história silenciosa de terror doméstico.
Os bombeiros foram acionados — não por ela, que dificilmente poderia pedir ajuda — mas por alguém que finalmente resolveu não se calar. Ao chegarem no residencial, no bairro de São Cristóvão, se depararam com a cena: a mulher, assustada e machucada, e o irmão, que tentou justificar o injustificável.
“Ela se jogou”, ele disse. Mas as marcas contavam outra história.
Os peritos não compraram a versão. As lesões eram consistentes com agressão repetida, não com uma queda eventual. A deficiência da vítima, que a torna ainda mais vulnerável, só aumenta a gravidade do que teria acontecido dentro daquela casa.
E não é a primeira vez que ele envolve a polícia. O indivíduo, de 39 anos, já tem passagem por outro crime — também de violência doméstica. Parece um padrão, não? Algo que se repete até que alguém intervenha.
Agora, ele responde em liberdade, mas terá de prestar contas à Justiça. A irmã foi encaminhada para atendimento médico. E a gente fica aqui pensando: quantos casos assim ainda estão escondidos atrás de portas fechadas, sem ninguém que ouça o grito silencioso de quem não pode gritar?