
Era uma terça-feira comum em Feira de Santana até que a violência mais cruel irrompeu numa residência aparentemente tranquila. E agora, sete anos depois, a justiça finalmente alcançou o autor.
O indivíduo em questão – vamos chamá-lo apenas de "ele", pois nomes não importam quando a barbárie fala mais alto – havia conseguido escapar do sistema por incríveis 24 meses. Imagina só: viver sabendo que quem ceifou uma vida seguia solto por aí?
A captura aconteceu numa operação tão meticulosa quanto silenciosa. Nada de tiroteios ou cenas dramáticas. Apenas a mão firme da lei fechando-se sobre um braço que já deveria estar atrás das grades há tempos.
O crime que chocou até os mais endurecidos
Voltemos àquele 2018 tenebroso. Uma discussão doméstica – daquelas que acontecem em tantos lares – degenerou numa tragédia irreversível. Mas aqui não foi um grito mais alto ou um objeto quebrado. Foi algo muito pior.
Ele, em fúria cega, desferiu nada menos que sete facadas na companheira. Sete. E uma delas atingiu em cheio o coração. A vítima? Estava grávida de cinco meses. Duas vidas extinguidas num único ato de fúria inexplicável.
O Tribunal de Justiça da Bahia foi categórico: 21 anos de reclusão inicialmente, em regime fechado. A pena depois aumentou – porque como reduzir diante de algo tão monstruoso?
Longa espera por justiça
O que mais revolta nesses casos é o tempo. O tempo que a vítima não teve. O tempo que a família perdeu esperando por respostas. O tempo que o criminoso usou para tentar escapar do inevitável.
A Polícia Civil baiana – esses heróis anônimos que raramente recebem o reconhecimento devido – nunca arquivou o caso. Investigação segue investigação, pista segue pista, até que…
Na última quarta-feira (3), o silêncio foi quebrado. A prisão finalmente aconteceu. Sem alarde, mas com a eficiência de quem sabe que está corrigindo uma injustiça que já durava demasiado.
Ele agora responde não apenas pelo feminicídio qualificado, mas também pelo aborto provocado pela violência. Porque sim, a lei enxerga a dupla tragédia: a mulher e a criança que carregava.
Enquanto isso, em algum lugar da Bahia, uma família talvez possa finalmente respirar aliviada. Não trará de volta suas entes queridas, mas ao menos sabe que o autor não está mais solto para repetir sua brutalidade com outra pessoa.