
Era pra ser mais uma noite qualquer em Caracaraí, interior de Roraima. Mas o que começou com uma discussão banal terminou com cenas de horror — e um homem algemado. Tudo porque uma mulher ousou dizer 'não'.
O pescador, de 37 anos, não aceitou a recusa da companheira em ter relações sexuais. E aí, meus amigos, a fúria tomou conta. Pegou uma faca. Não foi um golpe, foram vários. Ataque selvagem, covarde, que felizmente não atingiu áreas vitais — mas deixou marcas profundas, físicas e emocionais.
A polícia chegou rápido. Acho que a sorte — se é que podemos falar em sorte num caso desses — é que a vítima conseguiu pedir ajuda a tempo. Ele foi preso em flagrante, claro. A arma do crime, uma faca, foi apreendida. Agora responde por tentativa de feminicídio. E olha, difícil arrumar defesa para uma barbaridade dessas.
Não foi a primeira vez
Pior que a vítima relatou à polícia: já havia sofrido ameaças antes. O tipo de coisa que muitas vezes é normalizada, abafada — 'briga de casal', como se fosse algo menor. Mas não é. Nunca é.
O que me deixa mais revoltado? A naturalidade com que certos homens ainda reagem à autonomia feminina. Como se o corpo da mulher fosse uma posse, um território a ser conquistado à força. Assustador.
E agora?
O indivíduo está detido. A Justiça vai agir — pelo menos é o que esperamos. Enquanto isso, a mulher recebe apoio, tenta se reerguer. Mas algumas cicatrizes, como bem sabemos, não fecham nunca.
Casos como esse não são isolados. Rolam todos os dias, em todo canto do país. E servem de alerta: violência doméstica é crime. Denunciem. Não calem. Porque o silêncio, muitas vezes, é cúmplice.