Júri Popular em Fortaleza: Mulher Enfrenta Tribunal por Matar PM em Crime Passionis
Mulher vai a júri por matar PM em crime passionis no CE

O que era para ser mais uma noite qualquer na capital cearense terminou em tragédia. E agora, o caso vai para o tribunal do júri – aquele teatro dramático da justiça onde cidadãos comuns decidem o destino de alguém.

Uma mulher, cuja identidade a gente evita divulgar por questões éticas, está presa desde aquela época. A acusação? Homicídio qualificado. E a vítima não era qualquer um: um soldado da PM, fardado, conhecido na região.

O motivo? Ciúmes. Sempre os ciúmes. Aquela chama verde que destrói tudo, que vira veneno na veia. A discussão começou numa simples ligação, mas as palavras foram afiadas como facas. E, no calor do momento, uma delas não foi só metáfora.

O laudo pericial não deixa margem para dúvidas – foi mesmo uma facada. Única, certeira, fatal. O que parecia ser uma briga de amor, daquelas que todo casal já teve, terminou com um homem morto e uma vida atrás das grades.

O promotor, é claro, pede condenação. Fala em “motivo fútil” e “recurso que impossibilitou defesa da vítima”. Juridiquês para dizer que foi covarde, que não deu chance. A defesa, por outro lado, deve entrar com o clássico “crime passionis” – aquele argumento de que amor e ódio são dois lados da mesma moeda, e que ninguém é totalmente são quando o coração está envolvido.

O julgamento está marcado para a 2ª Vara do Júri de Fortaleza. Uma sala cheia de gente séria, com um juiz de cara fechada, sete jurados tentando disfarçar o nervosismo. E uma mulher, sozinha no banco dos réus, encarando a possibilidade de passar décadas na prisão.

É nessas horas que a gente para e pensa: até onde o ciúme pode levar uma pessoa? Como um sentimento, por mais intenso que seja, pode justificar – ou ao menos explicar – um acto tão irreversível?

O Ceará aguarda a sentença. E, independente do veredito, uma família chora um policial, e outra chora uma filha que pode sumir atrás das grades. Todos perdem. Como quase sempre acontece.