
Eis que a vida, ou o que restou dela, prega uma daquelas reviravoltas de fazer o queixo cair. No interior do Maranhão, mais precisamente em Duque Bacelar, uma história que já era trágica ganhou um capítulo final digno de roteiro de cinema noir – do tipo que ninguém gostaria de ver.
Uma mulher, cuja identidade a polícia ainda mantém em sigilo (vamos chamá-la de 'M.' por uma questão de ética, já que a família sofre), estava sob os holofotes da justiça. A suspeita? Bem, pesada. Ela era investigada – repito, investigada, nada foi provado – pela possível morte de não um, mas dois ex-companheiros. Joga isso na roda do boteco que o burburinho não para.
Pois bem. Nesta quarta-feira (3), o script sombrio seguiu adiante. De investigada, M. passou a vítima. E das mais cruéis. Ela foi encontrada sem vida, crivada de balas, na zona rural da cidade. A cena é daquelas que ficam na mente de qualquer um: violenta, abrupta e, convenhamos, com um cheiro forte de acerto de contas.
Os Detalhes que Assustam
Segundo a polícia – e aqui a gente precisa respirar fundo –, tudo indica que a execução foi mesmo uma... execução. Os tiros foram desferidos à queima-roupa. Alguém quis ter certeza do serviço feito, sabe? Nada de acidente ou crime passionista no calor do momento. Frio, calculista.
Os dois ex-companheiros dela, que morreram em circunstâncias ainda nebulosas, tinham histórias parecidas. Um faleceu em 2021, o outro no ano passado. As causas? Inicialmente, tratadas como morte natural. Mas algo cheirava mal. A família desconfiou, a polícia foi atrás e aí a coisa ficou séria. M. tornou-se alvo das investigações.
E agora, ironia das ironias, ela também está morta. O que temos é um daqueles quebra-cabeças macabros que deixam até os investigadores mais experientes coçando a cabeça. Será que a morte dela está ligada às suspeitas que pesavam sobre ela? Alguém quis silenciá-la? Ou será que a teia de violência era ainda maior, envolvendo outras pessoas?
O Que se Sabe Agora
A Polícia Civil, é claro, não está parada. Eles correm atrás de pistas, buscam imagens de câmeras (quando existem, porque na zona rural a coisa é mais complicada) e conversam com testemunhas. Mas, cá entre nós, num caso desses, quem vai querer falar? O medo é um personagem sempre presente.
Não há suspeitos nomeados até o momento. A sensação que fica é a de que a poeira vai demorar a baixar. Duque Bacelar, uma cidade normalmente tranquila, agora vive sob o fantasma de três mortes que parecem estar intimamente conectadas por um fio de ódio, vingança ou talvez apenas uma tragédia humana de proporções épicas.
Uma coisa é certa: o caso escancara, mais uma vez, a violência que atinge as mulheres e a complexidade dos relacionamentos abusivos. Uma teia que, às vezes, só termina em sangue. E a pergunta que não quer calar: quantos casos como esse ainda vão precisar acontecer para a gente acordar?