Imagine a cena: uma casa simples no Conjunto Muribeca, em Jaboatão dos Guararapes, Região Metropolitana do Recife. Lá, no sofá da sala, o pequeno corpo de um menino de apenas 3 anos permaneceu por nada menos que 24 horas. Sem vida. E os pais – pasmem – sabiam.
Segundo informações da Polícia Civil de Pernambuco, o caso, que é de cortar o coração, aconteceu no último domingo (31). A criança, cuja identidade foi preservada, teria passado mal. Mas em vez de correr para um hospital ou pelo menos ligar para o SAMU, o casal, que são irmãos, simplesmente… não fez nada.
Eis que a negligência atingiu seu ápice: foi só na tarde de segunda-feira (1º) que a avó da criança, ao visitar a residência, encontrou o neto já sem vida e deitado no sofá. Ela, sim, tomou a atitude que qualquer ser humano com um mínimo de empatia tomaria: acionou a polícia.
O que se sabe até agora?
O delegado Dr. Álvaro Virgínio, titular da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), confirmou a abertura de um inquérito para apurar todas as circunstâncias dessa morte tão suspeita. O laudo cadavérico, é claro, será crucial. Será que foi uma doença natural? Um acidente doméstico? Ou algo pior?
Os pais, que segundo a polícia são irmãos consanguíneos, foram levados para prestar depoimento. Eles relataram que o menino começou a se sentir mal no domingo, mas, veja bem, alegaram que não possuíam dinheiro para pagar por um tratamento médico. Me desculpe, mas em caso de emergência pediátrica, o SUS existe para isso. A história não fecha, não é?
O corpo do pequeno foi encaminhado para o Instituto de Medicina Legal (IML) do Recife. Lá, peritos vão trabalhar para descobrir a causa exata da morte. Enquanto isso, o caso segue sob sigilo. A polícia não divulgou nomes para preservar a família – e, é claro, a investigação.
Uma tragédia anunciada?
O que leva dois adultos, pais de uma criança, a agir com tamanho descaso diante do sofrimento do próprio filho? A questão dos pais serem irmãos adiciona uma camada ainda mais complexa e triste a toda essa história. A negligência é um crime silencioso e devastador.
Esse caso revoltante joga uma luz crua sobre realidades muitas vezes escondidas atrás das portas das casas. É um daqueles episódios que te fazem perder um pouco a fé na humanidade. A justiça precisa ser feita, e a verdade precisa vir à tona, por mais dolorosa que seja.
Agora é aguardar. O IML deve liberar os resultados em breve, e a polícia promete seguir com as investigações a todo vapor. Que o pequeno encontre a paz que lhe foi negada em vida.
