
Campinas ainda não se recuperou do choque. Na tarde de ontem, uma cena de horror se desenrolou num bairro residencial da cidade — dessas que fazem a gente questionar até onde vai a sanidade humana. Uma mulher, de 34 anos, decidiu pegar uma faca e atacar a própria filha, uma menina de apenas 11 anos. Sim, você leu certo: a mãe contra a filha.
Segundo vizinhos — aqueles que ainda conseguiam falar, porque muitos estavam em estado de choque —, os gritos ecoaram por toda a rua. "Parecia um filme de terror, mas era a vida real", contou uma senhora que pediu para não ser identificada. A menina, corajosa, conseguiu sair correndo e pedir ajuda. Sangrando, mas viva.
O socorro e a prisão
Quando a polícia chegou, encontrou a mãe em estado de "tranquilidade assustadora", nas palavras de um dos PMs. A criança foi levada às pressas para o Hospital Municipal Dr. Mário Gatti. Os médicos disseram que, por um triz, o ferimento não atingiu órgãos vitais. "Foi um milagre", murmurou uma enfermeira.
Agora, a pergunta que não quer calar: o que leva uma mãe a fazer isso? Os investigadores estão cavando o passado da família. Vizinhos falam em "problemas não tratados" e "surtos esporádicos", mas ninguém imaginava que chegaria a esse extremo.
E agora?
A mulher está presa na Delegacia de Defesa da Mulher, ironicamente. A menina foi encaminhada para a casa de parentes. O caso vai virar mais um número nas estatísticas de violência doméstica que, convenhamos, já estão absurdamente altas.
Enquanto isso, no bairro, o clima é de luto. As crianças não brincam na rua como antes. Os adultos conversam em voz baixa. E a pergunta "como foi que a gente não viu?" paira no ar, pesada como chumbo.