
Eis que o tabuleiro político brasileiro sofre mais um abalo sísmico — e dessa vez, as peças parecem ter se movido de forma definitiva. A condenação de Jair Bolsonaro por suposta participação em esquema golpista não é apenas mais um capítulo na turbulenta vida pública do ex-presidente. É, na verdade, um terremoto que abala as fundações de um projeto que andava sorrateiro pelos corredores do poder: a tal da anistia.
Parece ironia do destino, não? Enquanto uns lutavam por perdão, outros eram condenados — e aí, meu caro, a coisa complica. O projeto que prometia acalmar ânimos agora navega por águas turbulentas, com ventos fortíssimos contra.
O que dizem os especialistas?
Conversamos com juristas que preferiram não ter seus nomes estampados — afinal, nesse clima, até sombra tem medo de opinar. Um deles foi direto: "A condenação cria um cenário de quase impossibilidade jurídica. Como aprovar anistia para alguém condenado por tentar contra as instituições?"
Outro foi mais cauteloso: "Tecnicamente, são coisas distintas. Mas politicamente... bom, politicamente é suicídio".
Os números da discórdia
Os apoiadores do projeto ainda insistem — dizem que a proposta tem apoio de 200 deputados, número considerável. Mas será que resiste ao terremoto Bolsonaro? A matemática política é traiçoeira: o que ontem eram 200, amanhã podem ser 50. Ou 300. Quem sabe?
E o STF nessa história?
O Supremo, sempre no olho do furacão, agora tem mais lenha para a fogueira. Com a condenação, ministros ganham um argumento de peso contra qualquer tentativa de anistia — e olha que eles não costumam desperdiçar presentes do destino.
Resta saber se o Congresso vai nadar contra a maré ou se deixará levar pela correnteza. Uma coisa é certa: o barco da anistia agora balança perigosamente — e tem gente enjoada só de olhar.
O que vem por aí? Só o tempo — e talvez alguns vazamentos estratégicos — dirão. Mas uma coisa cheira a mofo: o projeto não será mais o mesmo. A pergunta que fica: alguém ainda terá estômago para defendê-lo?