Tragédia em Montes Claros: Homem mata enteado a facadas e é linchado por multidão
Linchamento em MG após homem matar enteado a facadas

Era pra ser mais uma noite comum no bairro Vila Excelsior, periferia de Montes Claros, mas o que se seguiu foi coisa de pesadelo. Tudo começou com uma discussão aparentemente rotineira — aquelas que todo mundo tem — mas que escalou para algo irreversível.

Por volta das 22h30 de terça-feira, testemunhas ouviram gritos estridentes vindos de uma residência humilde. Era a voz de uma mulher desesperada, clamando por ajuda. O que ela não podia imaginar era que seu pedido de socorro desencadearia uma sequência de eventos tão brutais.

O agressor, identificado como Josué Ferreira, 38 anos, não mediu consequências. Em acesso de fúria cega, desferiu múltiplas facadas no próprio enteado, um jovem de apenas 19 anos que tentava proteger a mãe. A cena era dantesca — sangue, gritos e o som abafado da violência.

O linchamento

Quando os primeiros vizinhos chegaram, impulsionados pelos gritos de socorro, encontraram o jovem agonizando. Josué, ainda ensanguentado e em fúria, tentou resistir. Mas a multidão, tomada por uma raiva coletiva, não pensou duas vezes.

Foi um ato de justiça selvagem, primitiva. As pessoas — gente comum, trabalhadores, pais de família — se transformaram em algo que nem eles mesmos reconheceriam depois. Espancaram o agressor até a morte, ali mesmo, na calçada, enquanto alguém finalmente chamava a polícia.

Quando a PM chegou, era tarde demais para os dois. O jovem não resistiu aos ferimentos e Josué já não tinha pulsação. Dois corpos, duas histórias interrompidas pela mesma onda de violência.

As consequências

O caso agora está nas mãos da Delegacia de Homicídios, mas ninguém espera muitas respostas. Os motivos? Briga de relacionamento, ciúmes, álcool — o velho roteiro de sempre que termina em tragédia.

Os vizinhos, em choque, falam em "justiça divina" e "castigo merecido", mas a verdade é que todo mundo perdeu ali. Uma comunidade traumatizada, duas famílias destruídas e aquela pergunta que não cala: até onde vai a linha entre justiça e barbárie?

O que me deixa pensando é como situações assim revelam o lado mais sombrio da natureza humana — tanto de quem comete o crime inicial quanto de quem responde com mais violência. E no meio disso tudo, sempre tem alguém que só pedia por ajuda.