
Era pra ser mais uma corrida rotineira — dessas que a gente nem lembra no dia seguinte. Mas o que começou como um trajeto comum pelo Triângulo Mineiro terminou com uma adolescente de 16 anos tremendo de medo e com o celular escondido no colo, gravando cada palavra assustadora que saía da boca do motorista.
"Ele começou a perguntar se eu namorava, se já tinha beijado na boca... Aí falou que eu era 'gostosinha' e que queria me ver de novo", conta a jovem, que preferiu não se identificar. O áudio — que você pode ouvir trechos no vídeo acima — é de cortar o coração.
"Minha filha voltou diferente"
A mãe da vítima, uma auxiliar administrativa de 37 anos, desabafa: "Desde esse dia, ela não dorme direito, pula com qualquer barulho na rua. Até o jeito de andar mudou". O relato dela escancara o que especialistas já alertam há tempos: assédio não é "cantada", deixa marcas profundas.
O caso aconteceu em Uberlândia, mas poderia ter sido em qualquer cidade do Brasil — onde, pasmem, a cada 4 minutos uma mulher sofre violência sexual. O motorista, que trabalhava para um app conhecido, já foi identificado e o caso está nas mãos da Delegacia Especializada.
O que fazer em situações assim?
- Mantenha a calma (se possível): A vítima agiu com sangue frio ao gravar — prova essencial
- Não confronte: Situações assim podem escalar rápido pra violência física
- Denuncie imediatamente: Apps têm canais específicos pra esses casos
Psicólogos ouvidos pela reportagem alertam: o trauma desse tipo de situação pode durar anos. "É como se a vítima revivesse o episódio em loop", explica a terapeuta Mariana Campos, especializada em casos pós-traumáticos.
Enquanto isso, nas redes sociais, o caso gerou revolta. Uma usuária comentou: "Isso não é erro de interpretação, é assédio mesmo. Até quando?". Outras tantas compartilharam histórias parecidas — prova de que o problema é sistêmico.