Idoso de 80 anos é preso após matar enteado a tiros em briga familiar na Grande BH
Idoso de 80 anos mata enteado a tiros em briga familiar

Não foi um dia comum no bairro tranquilo da região metropolitana de Belo Horizonte. Na tarde desta segunda-feira (4), um idoso de 80 anos — imagine só, oitenta anos! — pegou uma arma e atirou no próprio enteado. O motivo? Uma discussão que escalou rápido demais, como acontece quando a raiva fala mais alto que o bom senso.

Segundo testemunhas, o clima já estava pesado havia dias. "Eles sempre brigavam, mas ninguém imaginava que ia terminar assim", contou uma vizinha, ainda abalada. Quando a polícia chegou, o suspeito — que nem tentou fugir — estava sentado na varanda, como se esperasse por eles. O que se passa na cabeça de alguém depois de um ato desses?

Detalhes que impressionam

A vítima, um homem de 45 anos, recebeu dois tiros no peito. Os socorristas tentaram reanimá-lo, mas já era tarde. "Chegamos em menos de 10 minutos, mas o ferimento era fatal", explicou um dos paramédicos, com a voz embargada. Nesses casos, nem os profissionais mais experientes conseguem manter a frieza.

O que mais choca é a naturalidade com que o idoso se entregou. "Eu fiz o que tinha que fazer", teria dito ele aos policiais, sem demonstrar arrependimento. Será que décadas de convivência familiar podem acabar assim — num estalar de dedos?

O que diz a lei

Advogados criminalistas ouvidos pela reportagem explicam que, apesar da idade, o idoso responderá pelo crime. "A legislação não prevê imunidade por longevidade", brincou um deles, com humor negro. A pena para homicídio qualificado pode chegar a 30 anos, mas nesse caso — considerando a idade e possível legítima defesa alegada — a coisa pode complicar menos.

Enquanto isso, a família tenta entender como uma discussão banal terminou em tragédia. Vizinhos relatam que o idoso era "brabo", mas nunca demonstrara violência física antes. "A gente até chamava ele de 'seu Zé mal-humorado', mas nunca imaginei que...", desabafou outro morador, ainda perplexo.

O caso reacende o debate sobre posse de armas e conflitos familiares. Quantos casos como esse acontecem sem virar notícia? A pergunta fica no ar, assim como o clima pesado naquela rua que, até ontem, era só mais uma na periferia da capital mineira.