Justiça em Ferros: Homem Condenado a 52 Anos por Estupro de Enteada, e Mãe Também é Sentenciada
Ferros/MG: 52 anos de prisão por estupro de enteada

A Justiça de Minas Gerais fez soar um veredicto pesado, daqueles que ecoam. Nesta quarta-feira (25), um homem teve sua sentença lavrada: 52 anos de prisão, em regime inicialmente fechado, por um crime que envergonha qualquer sociedade – o estupro continuado da própria enteada. Os abusos, pasmem, aconteciam na cidade de Ferros, nos Vales do Jequitinhonha e Mucuri.

A mãe da garota, aquela que deveria ser o porto seguro, o muro de proteção, também não saiu ilesa. A sentença dela foi de 11 anos de reclusão, também em regime fechado. O motivo? Ter conhecimento do calvário da filha e, inconcebivelmente, se calar. A omissão, nesses casos, é vista como cumplicidade.

Um retrato da crueldade dentro de casa

Os detalhes do processo são de cortar o coração. A investigação apurou que os abusos começaram quando a menina tinha apenas 11 anos de idade. Imagina só a inocência sendo arrancada dessa forma. E o pior: a violência se repetia dentro da própria residência da família, o lugar que deveria ser o mais seguro do mundo.

A denúncia só veio à tona em 2022, através de uma professora da escola. Um verdadeiro alerta de que estamos todos de olho. O laudo pericial, algo frio e técnico, não deixou margem para dúvidas – confirmou a materialidade do crime. Diante das provas, o caminho para a condenação foi inevitável.

As penas e o que significam

Para o padrasto, a conta foi alta. A pena somada deu 52 anos, mas a legislação brasileira impõe um limite de cumprimento de 30 anos. Mesmo assim, uma eternidade atrás das grades. Ele responderá por estupro de vulnerável e corrupção de menores.

Já a mãe foi condenada por aquilo que os juristas chamam de «exposição de perigo à integridade física e saúde de incapaz». Um nome complicado para algo simplesmente cruel: falhar no mais básico dever de proteger seu próprio sangue.

O caso, que correu em segredo de Justiça para preservar a adolescente, serve como um lembrete sombrio. Mostra que o perigo, às vezes, mora ao lado. Mas também mostra que a Justiça, ainda que lentamente, pode chegar. E quando chega, pode ser implacável.