
A tarde de quarta-feira, 25, em Santa Mariana, no norte pioneiro do Paraná, não terminou como qualquer outra. Um silêncio pesado, daqueles que só a tragédia consegue trazer, desceu sobre a Rua Pernambuco. Por volta das 16h, o que era para ser um dia comum se transformou num pesadelo.
Era ali, numa casa simples do Jardim Bom Pastor, que a vida de uma jovem de 28 anos foi interrompida de forma violenta e brutal. A polícia, alertada, chegou ao local e se deparou com a cena horrível: a vítima jazia sem vida, com múltiplos ferimentos causados por uma faca. O suposto autor? Ninguém menos que o próprio companheiro dela.
O que será que passa pela cabeça de alguém num momento desses? O homem, cuja identidade ainda não foi totalmente confirmada, não conseguiu ir muito longe. Tentou fugir, é claro – o instinto de sobrevivência fala mais alto para quem comete um acto tão covarde. Mas a fuga foi curta. A Polícia Militar, agindo com rapidez, conseguiu localizá-lo e efetuar a prisão ainda nas proximidades do crime.
E aqui vem a parte que mais choca: ele não negou. Perante os agentes da lei, o acusado assumiu a autoria do crime. Simples assim. Confessou que foi ele quem desferiu os golpes que tiraram a vida da mulher com quem supostamente dividia a vida. A arma do crime, uma faca, foi encontrada e apreendida no local.
Uma Vida Interrompida
Aos 28 anos, uma vida inteira pela frente foi ceifada. A vítima, cujo nome deve ser respeitosamente preservado até o comunicado oficial à família, tornou-se mais um número triste nas estatísticas de violência contra a mulher no Brasil. Um número que, diga-se de passagem, não para de crescer – e casos como este mostram o quão perto de casa essa realidade pode estar.
O corpo da jovem foi removido e encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Santo Antônio da Platina, onde será realizado o exame de necropsia. É o procedimento padrão, mas que pouco conforta perda tão irreparável.
O Que Resta?
O preso, após a confissão, foi levado para a delegacia de Santa Mariana. Lá, os procedimentos cabíveis estão sendo realizados. Ele responderá pelo crime de feminicídio – uma qualificadora que reconhece que a mulher foi morta simplesmente por ser mulher, num contexto de violência doméstica.
Enquanto isso, na Rua Pernambuco, vizinhos e familiares tentam digerir o indigesto. Como uma discussão, um momento de fúria, pode terminar numa cena de terror? A pergunta fica no ar, sem resposta. O caso agora segue nas mãos da Justiça, que terá a última palavra.
Uma coisa é certa: a comunidade de Santa Mariana dificilmente vai esquecer este dia. E o Brasil, infelizmente, registra mais um caso de uma guerra que parece não ter fim.