
Arcoverde, no sertão pernambucano, acordou sob o peso de mais uma tragédia anunciada. Dessa vez, o cenário foi uma casa simples, onde o silêncio da noite foi quebrado por gritos — e depois, pelo som de um carro em fuga desesperada.
A vítima, uma mulher de 32 anos (cujo nome a família pediu para não divulgar), foi encontrada sem vida pelo irmão por volta das 23h de domingo (27). As marcas no corpo não deixavam dúvidas: ela havia sido espancada até a morte pelo próprio companheiro, com quem mantinha um relacionamento conturbado há anos.
Fuga que terminou em tragédia
Enquanto os vizinhos ainda tentavam entender o que acontecera, o suspeito — um homem de 35 anos conhecido por passagens pela polícia — decidiu que não ficaria para contar história. Pegou o carro e saiu em alta velocidade, como se o asfalto queimasse sob os pneus.
Mal sabia ele que aquele seria seu último volante. Na BR-232, já na divisa com Sertânia, perdeu o controle do veículo após tentar ultrapassagem arriscada. O carro capotou várias vezes, transformando-se numa carcaça de metal retorcido antes de parar de vez.
"Quando chegamos, já não havia o que fazer", contou um socorrista do SAMU, que preferiu não se identificar. "O corpo estava irreconhecível."
O que a polícia sabe até agora
- O casal tinha histórico de brigas, com pelo menos 3 ocorrências registradas
- Testemunhas ouviram gritos de "me ajuda" minutos antes do crime
- A arma do crime seria um pedaço de pau encontrado ao lado do corpo
- O suspeito já respondia por ameaça e lesão corporal contra a mesma vítima
Pra completar o quadro macabro, no porta-luvas do carro acidentado a polícia encontrou uma faca — será que ele planejava algo pior? A pergunta ficará sem resposta.
No bairro onde moravam, os vizinhos se revezam entre o choque e aquela sensação de "eu sabia que isso ia acontecer". Maria, dona de um boteco próximo (que pediu para não dar o sobrenome), lembra: "Ela vinha aqui escondida, com o olho roxo. Uma vez me mostrou as costelas que ele quebrou. Mas sempre voltava...".
Agora, o que resta é papelório: laudos, investigações, estatísticas que não devolvem vidas. Enquanto isso, Arcoverde se pergunta quantas Marias ainda estão presas no mesmo pesadelo — sem coragem, sem ajuda, sem saída.