
Era uma terça-feira comum em Campinas — até deixar de ser. Por volta das 14h, o salão de beleza na Vila Industrial virou palco de uma cena que ninguém ali imaginaria presenciar. Thamiris Fumo, 28 anos, estava fazendo as unhas de uma cliente quando o ex-companheiro invadiu o local e, sem hesitar, disparou contra ela. A vítima não resistiu.
O que levou um homem a cometer tamanha brutalidade? Segundo vizinhos, o casal tinha histórico de brigas — aqueles gritos que todo mundo ouve, mas finge não escutar. "Ela já tinha até mudado de cidade pra fugir dele", contou uma amiga, enquanto limpava as lágrimas com a manga da blusa.
Uma vida interrompida
Thamiris não era só mais uma vítima de estatística. Mãe de um menino de 6 anos, sustentava a família com as unhas que pintava — e pintava bem, diga-se. "Era a alegria em pessoa", lembra a irmã, dona do salão. "Chegava cantando, fazia piada até com a própria desgraça."
O ex-companheiro, que a polícia prefere não identificar ainda, fugiu feito rato após o crime. Mas não por muito tempo — horas depois, estava algemado na delegacia, com aquela cara de quem não acredita no que fez. Ou melhor: no que destruiu.
O que dizem as autoridades
O delegado responsável pelo caso foi direto: "Feminicídio puro, sem meias palavras". A polícia já tinha ciência das ameaças — Thamiris chegou a registrar boletim de ocorrência mês passado. "Mas cadê a proteção que ela precisava?", questiona uma vizinha, com os punhos cerrados.
Enquanto isso, no salão, restaram esmalte derramado, cadeiras viradas e um silêncio que dói. A irmã de Thamiris jurou não fechar o estabelecimento: "Vou manter aberto pra honrar ela". Coragem ou desespero? Difícil dizer.
O menino de 6 anos agora fica com os avós. Perguntado sobre a mãe, ele diz que "foi morar nas estrelas". E o assassino? Esse vai conhecer outro tipo de estrela — as da cela.