
Não foi uma segunda-feira qualquer em Campina Grande. Enquanto a cidade acordava para mais um dia de trabalho, um ato de brutalidade silenciou as ruas do bairro José Pinheiro. Por volta das 9h, gritos cortaram o ar — mais afiados que a própria lâmina que, minutos depois, rasgaria a carne de uma mulher de 32 anos.
Seu ex-marido, um homem de 35 anos cujo nome a polícia ainda não liberou, chegou como tempestade. Sem aviso. Sem piedade. A discussão começou por algo banal — quem sabe uma conta não paga ou uma mensagem não respondida — e escalou para o impensável. Ele sacou uma faca de cozinha (daquelas que cortam legumes e, agora, vidas) e desferiu golpes contra a mulher que um dia jurou amar.
A fuga e o socorro
Quando os vizinhos ouviram os gritos, já era tarde demais para prevenir, mas não para agir. O covarde fugiu — como sempre fazem esses vermes — deixando a vítima sangrando no chão da cozinha. Uma senhora de 68 anos, dona de um pequeno mercadinho na esquina, foi quem chamou a ambulância. "Parecia um filme de terror", ela contou depois, com as mãos ainda tremendo. "Mas era real, tá? Mais real que o pão que eu vendo."
No Hospital de Emergência e Trauma, os médicos lutaram por horas. Dois golpes no abdômen, um no braço — este, pelo menos, superficial. Por sorte (se é que existe sorte numa desgraça dessas), nenhum órgão vital foi atingido. Ela está estável, mas o trauma? Esse vai demorar a cicatrizar.
O que a polícia diz
O delegado responsável pelo caso, um sujeito de olhos cansados que já viu violência demais nesta vida, foi direto ao ponto: "É clássico. Ele não aceitou o fim do relacionamento e decidiu que, se não podia tê-la, ninguém mais teria". O sujeito tinha histórico de ameaças — claro que tinha — mas nenhuma medida protetiva. Agora, está foragido, e a polícia varre a cidade atrás dele.
Enquanto isso, no bairro, o silêncio pesa mais que o calor do meio-dia. As mulheres olham para os próprios maridos com um frio na espinha. E a pergunta que não quer calar: quantas outras estão em perigo, agora mesmo, enquanto a gente fala disso?