
Não é todo dia que um documentário consegue arrancar lágrimas e, ao mesmo tempo, acender discussões acaloradas. Mas o mais recente trabalho da VEJA sobre o trágico caso de Henry Borel fez exatamente isso — e com maestria.
Quem acompanhou o caso sabe: a história do menino de 4 anos, vítima de violência doméstica, chocou o Brasil. E agora, a revista traz à tona detalhes que vão além das manchetes — aqueles que ficam entalados na garganta.
Um retrato que dói
O documentário não se contenta em apenas relatar fatos. Ele mergulha fundo, como quem tira o band-aid de um ferimento que ainda não cicatrizou. As entrevistas com familiares, os depoimentos de especialistas e as imagens de arquivo criam um mosaico doloroso, mas necessário.
"A gente não pode fingir que isso não aconteceu", diz uma das fontes no filme, com uma voz que treme — mas não de fraqueza, de raiva contida.
O que fica depois do choque?
Mais do que emocionar (e emociona, pode acreditar), a produção levanta questões incômodas:
- Como casos assim ainda se repetem?
- O que falhamos como sociedade?
- Existe justiça que devolva um menino à vida?
Perguntas sem respostas fáceis, mas que precisam ser feitas. Afinal, Henry não foi — e não é — o único.
O timing do lançamento também não é mero acaso. Num país onde a violência contra crianças ainda faz manchetes semanais, o documentário chega como um soco no estômago. Daqueles que deixam a gente sem ar, mas acordado.
E se você acha que já sabe tudo sobre o caso, prepare-se: há nuances que só agora vêm à tona. Detalhes que escaparam aos noticiários, mas que a equipe da VEJA garimpou com a paciência de quem sabe que algumas histórias merecem — exigem — ser contadas direito.
No final, o que fica? Uma mistura de indignação, tristeza e, quem sabe, um pouco de esperança. Porque documentários assim não são apenas espelhos da nossa falha coletiva — podem ser também catalisadores de mudança.
Ou, como diria um dos entrevistados: "Henry não está aqui para ver, mas talvez seu legado possa proteger outras crianças". Difícil não se emocionar com isso.