
Não é brincadeira. O que começou como uma simples conversa no Tinder, Bumble ou qualquer outro app do gênero, virou pesadelo para pelo menos 24 mulheres só neste ano em São Paulo. Elas tiveram fotos íntimas vazadas, sofreram chantagem emocional, assédio e até agressões físicas depois de conhecerem homens nesses aplicativos.
Os números, que já eram alarmantes, subiram como foguete nos últimos meses. E o pior? Muitas nem sabiam que estavam sendo filmadas ou fotografadas durante encontros. "Parece roteiro de filme de terror, mas é a realidade de muita gente por aí", comenta uma das vítimas, que prefere não se identificar.
Do virtual para o real: quando o perigo cruza a tela
Os casos seguem um padrão assustadoramente parecido:
- Conversa inicial parece normal — às vezes até encantadora
- Compartilhamento de imagens íntimas (com promessa de sigilo)
- Vazamento desses materiais como forma de controle ou vingança
- Assédio persistente, mesmo após o término do contato
"Ele me mostrou prints das minhas fotos com mensagens tipo 'se não responder, todo mundo vai ver isso'", relata uma jovem de 27 anos. O caso dela está entre os que viraram processo na delegacia.
O que fazer quando a situação sai do controle?
Primeiro: respirar fundo. Depois:
- Não apague nada — prints e conversas são provas importantes
- Registre BO online ou pessoalmente
- Procure a Delegacia da Mulher mais próxima
- Se precisar de apoio psicológico, ligue para o 180
"Muitas têm vergonha de denunciar, mas é crucial quebrar esse silêncio", alerta a delegada responsável por vários desses casos. Ela lembra que desde 2018, divulgar conteúdo íntimo sem consentimento é crime com pena de até 5 anos.
Enquanto isso, os apps? Bem, alguns até têm ferramentas de segurança, mas — vamos combinar — poderiam fazer muito mais. Fica a dica: confiança é como café, melhor ir tomando aos poucos.