
O silêncio na sala do tribunal era quase palpável quando o juiz proferiu a sentença. Doze anos. Doze longos anos de prisão para o homem que ceifou a vida de Isadora de Mattos, a modelo gaúcha de 24 anos cujo sorriso iluminava qualquer ambiente.
O crime, que aconteceu naquele fatídico 18 de julho de 2023 em Palhoça, na Grande Florianópolis, finalmente teve seu desfecho judicial. Mas para a família de Isadora, a dor permanece - uma ferida que nenhuma sentença será capaz de fechar completamente.
Os detalhes que chocaram Santa Catarina
Tudo começou como um encontro aparentemente comum entre duas pessoas que se conheceram através das redes sociais. Quem poderia imaginar que aquela reunião terminaria em tragédia? Isadora, cheia de sonhos e projetos, viajou de Gramado especialmente para encontrar Gabriel Borba.
As testemunhas do Ministério Público foram categóricas: o clima entre os dois azedou após discussões. E então, o inacreditável aconteceu. Gabriel, em um acesso de fúria, desferiu golpes violentos contra a jovem - incluindo o golpe fatal com uma faca no pescoço.
Fuga e captura
Após cometer o crime, o assassino tentou fugir da própria consciência - e da Justiça. Dirigiu até Garopaba, onde abandonou o carro da vítima como se pudesse abandonar também o peso de suas ações. Mas a polícia catarinense, eficiente como sempre, não demorou para localizá-lo e prender em flagrante.
O que se seguiu foram meses de investigações minuciosas, audiências emocionantes e a espera angustiante da família por justiça.
O julgamento e a sentença
O processo correu na 2ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Palhoça, sob a relatoria do desembargador Carlos Alberto Civinski. O Ministério Público, representado pelos promotores Tiago Priori e Mariana Dick, não mediu esforços para garantir que a pena refletisse a gravidade do crime.
A defesa tentou argumentar que se tratava de homicídio culposo - aquele cometido sem intenção. Mas as evidências eram claras demais, os golpes múltiplos e violentos demais para sustentar essa versão.
O júri, após analisar todas as provas, considerou Gabriel Borba culpado por homicídio qualificado. A motivação? Fútil e torpe, como definiram os autos. Doze anos de reclusão em regime inicialmente fechado, com direito a recorrer em liberdade - algo que ainda causa certo desconforto na família da vítima.
O que acontece agora?
Com a sentença proferida, abre-se um novo capítulo neste triste episódio. A defesa já anunciou que recorrerá da decisão, então provavelmente ainda veremos desdobramentos nos tribunais superiores.
Enquanto isso, a família de Isadora tenta reconstruir a vida sem a presença luminosa da jovem que sonhava em conquistar o mundo da moda. Sua mãe, irmãs e amigos mantêm viva sua memória através de homenagens nas redes sociais e no coração de quem a amou.
Este caso serve como um alerta sombrio sobre os perigos dos encontros com desconhecidos e a violência que, infelizmente, continua assombrando relações humanas. Que a memória de Isadora permaneça como um farol de alerta e que sua família encontre, um dia, algum consolo.