
O que era para ser apenas mais um dia comum se transformou num pesadelo sem volta. A atriz que marcou época em Malhação — aquela mesma que roubava cenas com seu sorriso contagiante — agora enfrenta a escuridão. Literalmente.
Numa noite que parecia igual a tantas outras, um simples desentendimento degenerou em tragédia. "Foi como se o chão sumisse debaixo dos meus pés", desabafa ela, com a voz embargada. Um único golpe, desferido com ódio inacreditável, apagou sua visão para sempre.
O silêncio que dói mais que os hematomas
Mas sabe o que machuca mais que a cegueira? Os anos de abuso psicológico que antecederam o ataque físico. "Ele me convencia de que eu não valia nada, que ninguém acreditaria em mim", revela a artista, enquanto os dedos tremem ao segurar a xícara de chá.
Coisas que ninguém deveria ouvir:
- Isolamento da família e amigos — "Dizia que minha mãe queria me controlar"
- Humilhações públicas — "Ria quando eu errava uma fala no trabalho"
- Ameaças veladas — "Deixava facas na pia 'sem querer' depois das brigas"
E o pior? Ela quase acreditou nessa narrativa distorcida. Quase.
O dia em que o medo virou coragem
Tudo mudou quando a escuridão física se tornou metáfora de sua situação. "Perder a visão me fez enxergar a verdade", filosofa, com uma lucidez que corta como navalha. Foi então que decidiu:
- Registrar boletim de ocorrência (mesmo tremendo como vara verde)
- Buscar tratamento psicológico especializado
- Virar o jogo usando sua história para alertar outras mulheres
"Se eu puder evitar que uma única pessoa passe por isso, já valeu a pena", declara, com uma força que parece brotar do fundo da alma.
E agora, José?
Enquanto se adapta à nova realidade — com cão-guia, aulas de braile e uma paciência de monge budista — a atriz transformou sua dor em combustível. Participa de palestras, pressiona por políticas públicas e, pasmem, até ensaia para um monólogo sobre superação.
"A vida me deu limões, estou fazendo uma caipirinha com gengibre", brinca, provando que o humor sobrevive mesmo nas circunstâncias mais absurdas. E o agressor? Ah, esse agora enfrenta processos criminais que prometem durar mais que fama de reality show.
Moral da história: nenhum amor deveria doer. Nenhum. E se dói, não é amor — é cilada disfarçada de romance.