Agosto Lilás: Itatiaia se mobiliza contra violência à mulher com ações impactantes
Agosto Lilás: Itatiaia combate violência contra mulher

Não é só mais um mês no calendário. Agosto em Itatiaia ganha tons de luta e resistência com o Agosto Lilás — uma iniciativa que coloca o dedo na ferida de um problema que insiste em persistir: a violência contra as mulheres.

Desde o começo do mês, a cidade virou palco de uma série de ações que misturam informação, acolhimento e — por que não dizer? — uma pitada de revolução silenciosa. A prefeitura, junto com a Secretaria de Desenvolvimento Social, tá botando a mão na massa pra mudar essa realidade.

O que tá rolando?

Olha só que programação diversa:

  • Rodas de conversa que mais parecem desabafos coletivos — onde histórias pessoais viram armas contra o silêncio
  • Atendimento jurídico gratuito pra quem precisa romper ciclos de violência (e acredite, muita gente precisa)
  • Oficinas que ensinam desde autodefesa até como identificar relacionamentos tóxicos

"A gente não tá aqui pra fazer evento bonitinho", dispara uma das organizadoras. "É guerra mesmo — daquelas que se ganha com informação e rede de apoio."

Números que doem

Enquanto isso, os dados do Disque 180 na região continuam assustadores. Só no primeiro semestre, os registros de violência doméstica subiram como espuma. Mas tem um detalhe importante: será que aumentou a violência ou a coragem de denunciar?

Psicólogas que trabalham no CREAM (Centro de Referência Especializado de Atendimento à Mulher) contam que o perfil das vítimas mudou. "Antes vinham mulheres com marcas físicas. Hoje chegam dizendo 'acho que meu casamento não é normal' — e isso é um avanço", reflete uma das profissionais.

E aí, funciona?

Cético? Pois saiba que nas edições anteriores, essas ações já ajudaram a:

  1. Triplicar o número de denúncias (o que, paradoxalmente, é bom sinal)
  2. Capacitar mais de 200 agentes comunitários pra identificar casos
  3. Criar uma rede de comércios "amigos da mulher" — locais seguros pra pedir ajuda

Não é pouca coisa. Mas também não é suficiente — como bem sabem as organizadoras, que terminam os dias com a sensação de estar enxugando gelo.

A campanha segue até o fim do mês, mas o recado é claro: violência contra mulher não é problema de agosto. É problema de todos os dias.