
O cenário era de pesadelo. Num daqueles dias que começam como qualquer outro, mas terminam marcados para sempre pela brutalidade. Em São Luís, um homem cruzou definitivamente a linha que separa a raiva do crime - e agora vai pagar caro por isso.
A Justiça maranhense foi categórica: oito anos de reclusão inicialmente em regime fechado. A vítima? Sua ex-companheira. A arma? Uma faca. A motivação? Aquela mistura explosiva de posse e ódio que tantas mulheres conhecem bem demais.
Os detalhes que arrepiam
O ataque aconteceu em plena luz do dia, como se a violência domestica precisasse de testemunhas. Ele não chegou de surpresa - esses crimes raramente chegam. Vinha se arrastando há tempos, num daqueles relacionamentos que deixam marcas mesmo antes dos golpes físicos.
Mas naquele dia, a faca saiu da gaveta. E os golpes vieram múltiplos, precisos, fatais. Ou quase fatais.
Porque ela sobreviveu. Contra todas as probabilidades, contra a ferocidade dos golpes, contra o ódio que dirigia cada estocada. Sobreviveu para contar. Para denunciar. Para ver a justiça ser feita.
O longo caminho até a sentença
O processo judicial não foi rápido - esses processos nunca são. Mas foi minucioso. A 2ª Vara Criminal de São Luís examinou cada prova, ouviu cada testemunha, reconstruiu cada momento daquela agonia.
E a conclusão foi inevitável: tentativa de homicídio qualificada. Dupla qualificação, na verdade - por motivo fútil (essa é sempre a pior parte) e com uso de meio cruel. Porque facadas não são apenas violentas: são íntimas, são pessoais, são cruéis.
O que diz a lei
O artigo 121 do Código Penal não deixa dúvidas. Tentativa de homicídio é crime grave, especialmente quando as qualificadoras se acumulam. Os oito anos de prisão refletem isso - embora muitas vítimas (e até alguns juízes) possam argumentar que nenhum tempo é suficiente para apagar o trauma.
O regime inicial será fechado. Depois, quem sabe, semiaberto. Mas a marca ficará para sempre - tanto para ele quanto para ela.
Enquanto isso, em São Luís, uma mulher reconstroi sua vida. Golpe por golpe, dia por dia. E a justiça, ainda que tardia, finalmente chegou.