Vítima de estupro sofre perfurações graves durante aborto legal em Brasília: caso choca e revolta
Vítima de estupro sofre perfurações em aborto legal em Brasília

Era pra ser um procedimento seguro. Um direito garantido por lei. Mas o que deveria trazer alívio se transformou em pesadelo. Uma mulher, vítima de violência sexual, sofreu perfurações no útero e no intestino durante uma cirurgia de aborto legal em um hospital público de Brasília.

O caso — que chegou ao conhecimento da imprensa nesta segunda-feira (11) — é daqueles que faz a gente segurar a respiração. Como pode? Num país onde já é tão difícil garantir direitos básicos às vítimas de violência, ainda tem que lidar com isso?

O que deu errado?

Segundo relatos, a paciente chegou ao hospital seguindo todos os protocolos. Tinha o laudo, o acompanhamento psicológico, tudo que manda o figurino. Mas na hora H... Bem, na hora H as coisas saíram dos trilhos.

O procedimento, que deveria ser relativamente simples, resultou em:

  • Perfuração no útero
  • Lesão intestinal grave
  • Hemorrhagia interna

Teve que ser levada às pressas para o centro cirúrgico de novo. Dessa vez pra tentar consertar o estrago.

E agora, José?

O hospital — cujo nome a gente evita mencionar por questões legais — diz que está apurando. Clássico, não? Enquanto isso, a vítima segue internada, recuperando-se de traumas físicos e, imagino, emocionais também.

Especialistas ouvidos pelo G1 foram taxativos: "Isso não deveria acontecer". Mas aconteceu. E o pior? Não é o primeiro caso do tipo.

Parece piada de mau gosto: primeiro a mulher sofre violência, depois sofre pra conseguir o aborto legal (que muitos tentam dificultar), e quando finalmente consegue... Leva uma facada (sem trocadilhos) do próprio sistema que deveria protegê-la.

O outro lado da moeda

Ah, mas tem sempre quem diga que "aborto é perigoso mesmo". Só que aqui a gente tá falando de um procedimento:

  1. Legal
  2. Feito por profissionais
  3. Em ambiente hospitalar

Ou seja, exatamente o oposto do que os críticos costumam temer. E mesmo assim... Deu no que deu.

O caso já está nas mãos da Defensoria Pública. Vai saber no que vai dar. Enquanto isso, fica aquela pergunta no ar: até quando as mulheres vão continuar pagando o pato por um sistema que falha em protegê-las?