
Não é todo dia que uma viagem de trabalho vira pesadelo — mas foi exatamente o que aconteceu com a personal trainer brasileira que preferiu não se identificar. Durante um voo da companhia aérea TAAG Angola Airlines, ela diz ter sido vítima de assédio sexual por parte de um passageiro. E o pior? A situação só piorou depois que ela resolveu falar.
"Pensei que, ao denunciar, estaria protegida", conta ela, com a voz embargada. "Mas me sinto como se estivesse sendo punida por ter levantado a voz."
O que aconteceu no voo?
Segundo relatos, tudo começou com "toques aparentemente acidentais" que, aos poucos, se tornaram impossíveis de ignorar. "Ele fingia que era sem querer, mas quando eu me virava, os olhos dele diziam outra coisa", desabafa.
Ao acionar a tripulação, a resposta — segundo ela — foi mais fria do que o ar-condicionado da aeronave: "Me senti completamente abandonada. Parecia que eu era o problema, não ele."
E depois da denúncia?
Aí é que a coisa ficou feia. Nas redes sociais, a profissional do fitness começou a receber mensagens que iam desde "você deve ter dado mole" até ameaças veladas. "É como se, por ser mulher, eu não tivesse direito de me defender", lamenta.
Curiosamente (ou não), a TAAG ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso — enquanto isso, o suposto agressor continua livre como um pássaro. E a pergunta que fica: até quando as vítimas vão precisar escolher entre calar ou ser julgadas?
Psicólogos ouvidos pelo caso alertam: "Esse tipo de retaliação é clássico em situações de assédio. É uma forma de silenciar as vítimas e manter o status quo", explica Dra. Fernanda Torres, especialista em trauma.