
Não é exagero dizer que os profissionais de saúde estão vivendo um verdadeiro pesadelo no Brasil. Xingamentos que doem mais que agulha, empurrões que deixam marcas profundas — e não estamos falando só de hematomas. A situação chegou a um ponto tão crítico que muitos já consideram trocar de profissão.
"Ontem mesmo precisei chamar a segurança porque um paciente arremessou uma cadeira na minha direção", conta uma enfermeira de São Paulo que prefere não se identificar — com medo, claro. "E olha que eu só estava tentando explicar o tempo de espera..."
O dia a dia de quem salva vidas (e apanha por isso)
Os relatos se multiplicam:
- Médicos ameaçados de morte por familiares insatisfeitos
- Enfermeiros agredidos fisicamente ao aplicar injeções
- Recepcionistas que viram "punching bags" emocionais
E o pior? Muitos casos sequer são registrados. "A gente acaba normalizando", desabafa um técnico de enfermagem do Rio. "Depois da quinta vez, você para de contar."
O que está por trás dessa epidemia de violência?
Especialistas apontam uma combinação explosiva:
- Sistema sobrecarregado: Pacientes já chegam estressados após horas (ou dias) de espera
- Falta de informação: Muitos não entendem os limites do que a saúde pública pode oferecer
- Pandemia de desrespeito: A cultura do "cliente sempre tem razão" invadiu os hospitais
"Tem horas que parece que estamos numa arena, não num hospital", compara uma médica de Belo Horizonte, enquanto ajusta o jaleco — que já serviu de alvo para café jogado na semana passada.
E as consequências? Alô, sociedade!
Não é difícil imaginar o estrago:
Profissionais excelentes deixando a área. Jovens pensando duas vezes antes de escolher a carreira. E quem perde com isso? Todos nós, é claro. Afinal, um dia qualquer um pode precisar de um desses "heróis de jaleco" — que hoje trabalham com um pé atrás e o celular no bolso, prontos para discar 190.
Enquanto isso, nos corredores dos hospitais, o clima é de tensão constante. "A gente aprendeu a ler os sinais", diz um segurança hospitalar veterano. "Quando o paciente começa a bater o pé no chão, já sabemos que pode vir confusão."