Profissionais da saúde sob ataque: xingamentos, agressões e até ameaças de morte viram rotina
Violência contra profissionais da saúde vira epidemia

Não é exagero dizer que os profissionais de saúde estão vivendo um verdadeiro pesadelo no Brasil. Xingamentos que doem mais que agulha, empurrões que deixam marcas profundas — e não estamos falando só de hematomas. A situação chegou a um ponto tão crítico que muitos já consideram trocar de profissão.

"Ontem mesmo precisei chamar a segurança porque um paciente arremessou uma cadeira na minha direção", conta uma enfermeira de São Paulo que prefere não se identificar — com medo, claro. "E olha que eu só estava tentando explicar o tempo de espera..."

O dia a dia de quem salva vidas (e apanha por isso)

Os relatos se multiplicam:

  • Médicos ameaçados de morte por familiares insatisfeitos
  • Enfermeiros agredidos fisicamente ao aplicar injeções
  • Recepcionistas que viram "punching bags" emocionais

E o pior? Muitos casos sequer são registrados. "A gente acaba normalizando", desabafa um técnico de enfermagem do Rio. "Depois da quinta vez, você para de contar."

O que está por trás dessa epidemia de violência?

Especialistas apontam uma combinação explosiva:

  1. Sistema sobrecarregado: Pacientes já chegam estressados após horas (ou dias) de espera
  2. Falta de informação: Muitos não entendem os limites do que a saúde pública pode oferecer
  3. Pandemia de desrespeito: A cultura do "cliente sempre tem razão" invadiu os hospitais

"Tem horas que parece que estamos numa arena, não num hospital", compara uma médica de Belo Horizonte, enquanto ajusta o jaleco — que já serviu de alvo para café jogado na semana passada.

E as consequências? Alô, sociedade!

Não é difícil imaginar o estrago:

Profissionais excelentes deixando a área. Jovens pensando duas vezes antes de escolher a carreira. E quem perde com isso? Todos nós, é claro. Afinal, um dia qualquer um pode precisar de um desses "heróis de jaleco" — que hoje trabalham com um pé atrás e o celular no bolso, prontos para discar 190.

Enquanto isso, nos corredores dos hospitais, o clima é de tensão constante. "A gente aprendeu a ler os sinais", diz um segurança hospitalar veterano. "Quando o paciente começa a bater o pé no chão, já sabemos que pode vir confusão."