O tribunal falou – e falou alto. Numa decisão que ecoa como um trovão no quieto município de Bom Princípio do Piauí, Raimundo Nonato Ferreira, o vereador que deveria representar o povo, agora encara 25 anos atrás das grades. O motivo? Um crime hediondo que mancha não apenas sua biografia, mas a própria confiança na função pública.
A sentença saiu nesta quarta-feira (3), mas a história vem de longe. Tudo começou – pasmem – dentro de uma residência, onde o poder deveria ser proteção, não ameaça. A vítima, uma adolescente vulnerável, teve sua dignidade violada por alguém em quem, em tese, deveria confiar.
Os Detalhes que Chocam
O caso veio à tona através de um inquérito policial meticuloso, que não deixou pontas soltas. As provas? Sólidas como rocha. O Ministério Público, então, fez o que tinha de ser feito: ofereceu denúncia, e a Justiça aceitou. O juiz Francisco das Chagas Ribeiro, da 1ª Vara Criminal de Esperantina, não titubeou na hora de ler a sentença.
Raimundo Nonato foi condenado por estupro de vulnerável – crime previsto no artigo 217-A do Código Penal. A pena inicial era de 12 anos, mas… ah, a Justiça tem seus mecanismos. O tempo de reclusão aumentou porque o crime foi cometido com violência, um agravante que não poderia ser ignorado.
E Agora, José?
O vereador, é claro, não ficou quieto. Ele recorreu – quem não recorria? – mas o Tribunal de Justiça do Piauí (TJPI) manteve a decisão. A defesa tentou argumentar, mas as provas eram esmagadoras. Às vezes, a lei é clara como água: não há como defender o indefensável.
Enquanto isso, em Bom Princípio, a população ainda digere a notícia. Um misto de alívio e indignação. Alívio porque a Justiça funcionou; indignação porque um representante eleito falhou de maneira tão grotesca. "A gente espera proteção, não abuso", comentou um morador, que preferiu não se identificar.
E não para por aí. Além da pena de prisão, Raimundo Nonato terá de pagar uma multa – sim, dinheiro não devolve a dignidade, mas é parte do processo – e indenizar a vítima pelos danos morais. Valores? Ainda não divulgados, mas que certamente não apagarão a dor.
Um Retrato do Brasil Profundo
Casos como esse revelam feridas sociais que vão além do crime em si. Falam de abuso de poder, de vulnerabilidade, e de como a lei precisa ser implacável quando quem erra é quem deveria zelar por ela. Bom Princípio do Piauí, hoje, vira símbolo de uma luta – triste, necessária – por justiça.
E você, o que acha? Até onde vai a responsabilidade de um cargo público? A condenação de Raimundo Nonato é um passo, mas a discussão… bem, essa só está começando.
