Revolta em Franca: Mulher desabafa sobre impunidade após cunhado ser espancado até a morte por adolescente
Revolta em Franca: 'Não existe punição' após assassinato

A dor que corta como faca e a sensação de que a justiça simplesmente virou as costas. É assim que se sente uma mulher de Franca, no interior paulista, depois que seu cunhado foi espancado até a morte — e o agressor, um adolescente, segue sob medidas que ela considera uma piada de mau gosto.

O caso, que aconteceu no último dia 28, é daqueles que faz a gente questionar tudo. Um homem de 41 anos, espancado com socos e pontapés na cabeça, por quê? Por uma discussão besta, daquelas que deveriam terminar com cada um indo para seu lado.

Mas não terminou.

"Não existe punição". A frase da mulher, que preferiu não se identificar, ecoa como um soco no estômago. Ela não está apenas de luto — está furiosa. E quem pode culpá-la? O adolescente, que já tinha passagem pela polícia, foi apreendido e... bom, aí começa o problema.

O sistema que não assusta ninguém

O agressor está num centro socioeducativo. Soa bem no papel, não? Mas na prática, como ela mesma questiona, o que significa isso? "Vai ficar três meses internado e depois volta para fazer a mesma coisa". A fala dela não vem da revolta momentânea — vem da certeza de quem vê o ciclo se repetir.

O mais revoltante? Ele nem pareceu se importar. Testemunhas disseram que depois da brutalidade, o adolescente ainda foi para uma lanchonete como se nada tivesse acontecido. Como se tivesse acabado de jogar uma partida de futebol, não tirado uma vida.

Um passado que prenunciava tragédia

Aqui é onde a coisa fica ainda mais pesada: o jovem já tinha histórico policial. Já conhecia o sistema. E o sistema claramente não conseguiu — ou não quis — fazer algo que realmente mudasse seu comportamento.

O delegado Marcelo Máximo tenta acalmar os ânimos: diz que o adolescente foi apreendido e que o caso segue sob investigação. Mas essas palavras soam vazias para quem perdeu alguém. Para quem viu a vida de um homem acabar por nada.

A vítima trabalhava, tinha família, era uma pessoa comum. Agora virou estatística — mais um número na violência urbana que assola nosso país.

O desabafo que muitos compartilham

Quando a mulher fala que "não existe punição", ela está dando voz a milhares de brasileiros que se sentem abandonados pela justiça. Que veem criminosos perigosos sendo tratados com uma branda que beira o absurdo.

E enquanto isso, famílias se despedem de entes queridos — e assistem impotentes aos mesmos roteiros de violência se repetindo, sempre com finais previsíveis e trágicos.

Franca está em choque. E não é para menos. Quantos casos assim precisam acontecer até que algo mude de verdade? Até que a punição deixe de ser uma palavra vazia e se torne uma realidade?

As perguntas ficam no ar, junto com a dor de quem perdeu alguém para uma violência que, parece, nunca vai ter fim.