Idosa e neta grávida de 9 meses são alvo de tiros em Minas Gerais; agressor preso
Idosa e neta grávida baleadas; agressor preso em MG

Imagine o cenário: uma tarde aparentemente tranquila em São Joaquim de Bicas, na Grande BH, transformada num pesadelo em questão de segundos. E o pior – a violência escolheu como alvo justamente quem deveria ser protegido: uma senhora de 71 anos e sua neta, que carregava no ventre uma vida prestes a chegar ao mundo, com incríveis nove meses de gestação.

O autor dessa brutalidade? Um homem de 74 anos – sim, você leu direito – que, movido por razões que ainda parecem obscuras, decidiu apontar uma arma de fogo e disparar. O que se seguiu foi um misto de sorte, proteção divina (quem sabe?) e puro instinto de sobrevivência.

A idosa, pasme, levou um tiro. Na perna. A bala, em vez de causar um estrago maior, decidiu fazer apenas um rasparão – um ferimento superficial, teimosamente classificado como leve. A neta, grávida, também não escapou ilesa. Levaram-na às pressas para o hospital, o coração acelerado, com medo pelo bebê que estava a um passo de nascer. Milagre? Talvez. O caso é que ambas, avó e neta, receberam alta médica ainda no mesmo dia. Alívio, mas com um gosto amargo de incredulidade.

O que leva alguém a cometer um ato desses?

É a pergunta que fica ecoando. A Polícia Militar, é claro, agiu rápido. O idoso, cujo nome não foi divulgado, foi localizado e preso em flagrante – não teve tempo nem de disfarçar a surpresa. A arma do crime, uma espingarda, foi apreendida. Agora, ele responde por tentativa de homicídio. Dupla, pra ser mais exato.

O delegado Lucas Lúcio Alves, que comanda as investigações na 3ª Delegacia de Polícia Civil de Ibirité, deixa claro: o trabalho agora é desvendar o que realmente aconteceu naquela propriedade rural. Um desentendimento? Uma rixa antiga? Briga por terra? Tudo está sendo minuciosamente investigado.

O que se sabe, até o momento, é que o suspeito e a vítima idosa são vizinhos. E, como todo bom interior, São Joaquim de Bicas não é exatamente um lugar onde esse tipo de violência exploda do nada. Algo, com certeza, fermentou até chegar a esse ponto extremo.

E o bebê?

Ah, o bebê! Ainda no útero, protegido pelo corpo da mãe, sentiu o susto, a adrenalina, o medo. Mas, pelos exames, está bem. Seguro. Uma notícia que, num dia tão sombrio, brilha como um farol. A gestante, mesmo assustada, também passa bem. Ferimentos leves, diz o boletim médico. Leves no corpo, talvez. Mas e na alma?

O caso agora segue nas mãos da Justiça. E a pergunta que não quer calar: até quando a violência vai ser a resposta para conflitos que poderiam – e deveriam – ser resolvidos no diálogo? Uma cena dantesca que mancha a tranquilidade do interior mineiro e deixa todo mundo se questionando sobre a humanidade que ainda nos resta.