
Era por volta das 9h da manhã quando o silêncio da Rua Martins Fontes, em Cubatão, foi quebrado por gritos. Na frente da Policlínica Municipal, uma cena que ninguém esperava: um homem - que moradores diziam conhecer apenas de vista - agonizava no chão, vítima de múltiplos golpes de faca.
"Parecia uma cena de filme", contou uma atendente do posto de saúde que preferiu não se identificar. "A gente ouviu barulho, saiu pra ver, e lá estava ele... sangrando muito. Nem deu tempo de fazer nada."
Vítima era conhecida na região
Segundo testemunhas, o homem, que aparentava ter entre 40 e 50 anos, vivia nas ruas do bairro há pelo menos dois anos. "Ele era quieto, não incomodava ninguém", disse um comerciante local. "Às vezes pedia um café ou um pedaço de pão, mas sempre educado."
O que teria motivado tamanha violência? A polícia ainda não tem pistas concretas, mas já descarta assalto - nada foi levado da vítima. "Pode ter sido briga entre moradores de rua, ou até crime de ódio", especula um agente que atendeu a ocorrência.
Reação rápida, mas tardia
Quando a equipe médica da policlínica chegou ao local, já era tarde. "Fizemos o possível, mas os ferimentos eram muitos e profundos", lamentou um dos socorristas. O homem não resistiu e morreu no local antes mesmo da chegada do SAMU.
Curiosamente - ou tragicamente -, o crime aconteceu a poucos metros de um posto policial. "A gente vê essas coisas na TV e acha que nunca vai acontecer aqui", comentou uma moradora, ainda abalada. "Cubatão tá diferente, tá perigoso até de dia."
A Delegacia de Homicídios de Santos já assumiu o caso. Enquanto isso, no local do crime, apenas marcas de sangue e o silêncio pesado lembram a tragédia que tirou a vida de mais um invisível da sociedade.