
Imagina só: você está na correria, o coração na mão, com um familiar internado e o telefone toca. Do outro lado, uma voz calma e profissional se identifica como médico plantonista. Ele diz que sua presença é urgente e imediata para autorizar um procedimento. E aí, no meio do desespero, solta a armadilha: um pedido de depósito ou transferência para liberar um suposto medicamento de alto custo. Aperta o play no pânico.
Pois é exatamente essa cilada, tão baixa que chega a doer, que a Santa Casa de Misericórdia de Itapeva está denunciando. A instituição, que é um pilar de saúde na região, foi obrigada a soltar um grito de alerta para a comunidade. A diretoria garve que nunca, em hipótese alguma, entra em contato com as famílias para cobrar qualquer valor por procedimentos, medicamentos ou qualquer coisa que seja por via telefônica. Jamais.
Como a Bandidagem Opera?
Os meliantes, que parecem ter estudado um manual da malandragem, agem com uma frieza de dar arrepios. Eles conseguem algumas informações básicas — talvez o nome do paciente e o fato de estar internado — e usam isso como isca para criar uma situação de pavor genuíno. O golpe é um clássico, mas a roupagem de urgência médica é nova e particularmente perversa.
- O Chamado Falso: A ligação surge de um número desconhecido.
- A Autoridade Fictícia: O criminoso se apresenta como doutor, enfermeiro-chefe ou até mesmo alguém da administração.
- A Urgência Fabricada: Inventam uma necessidade crítica e instantânea para criar desespero e anular o senso crítico da vítima.
- O Pedido de Dinheiro: O objetivo final é sempre financeiro: PIX, depósito em conta ou transferência.
E o pior? Funciona. No susto, com a emoção falando mais alto, muita gente boa cai. É um ataque covarde à fragilidade alheia.
E Agora, José? O Que Fazer?
A primeira e mais importante regra é: respire fundo. Por mais assustador que seja o telefonema, tente manter a cabeça no lugar. Desligue o telefone. Sim, simples assim. Depois, ligue você mesmo de volta para o número oficial da Santa Casa, aquele que você já conhece ou que está no Google — nunca retorne a ligação suspeita.
Confirme toda e qualquer informação diretamente com a recepção do hospital ou com o setor de enfermagem do andar onde o paciente está. Eles estão cientes do problema e saberão confirmar se aquela comunicação era, de fato, legítima (spoiler: quase certeza que não era).
Ah, e espalhe a notícia! Converse com tios, primos, avós, vizinhos. Esse tipo de alerta vive de boca em boca. Quanto mais gente souber, menos chance esses canalhas têm de agir. A polícia já foi comunicada, mas a melhor defesa, por enquanto, é a desconfiança sadia e a informação.
É revoltante que em um momento já tão delicado, alguém tenha a frieza de tentar algo assim. Fique esperto. Espalhe a voz. E proteja sua família.