Funcionário do Consulado Alemão no RS é Preso por Armazenar Material de Abuso Infantil: Caso Choca Porto Alegre
Funcionário consulado alemão preso por abuso infantil RS

Era uma manhã comum em Porto Alegre quando agentes federais bateram à porta de um endereço discreto no bairro Três Figueiras. Do outro lado, um funcionário do consulado alemão — imagine só — que agora responde a acusações gravíssimas. A operação, batizada de "Safe Harbor", não poderia ter um nome mais irônico.

O sujeito, cujo nome ainda não foi divulgado pela Justiça — mas que sabemos ter 59 anos —, trabalhava justamente no setor de vistos. Ironia do destino, não? Quem deveria facilitar entrada de pessoas no país, guardava nos bastidores arquivos que destroem vidas.

O que a PF encontrou?

Não foi pouco. Computadores, HDs externos, pen drives... tudo minuciamente organizado. Mais de 2 mil arquivos, para ser exata. E não estamos falando de coisa pequena: materiais da pior categoria, segundo investigadores. Coisa que deixa qualquer um com o estômago embrulhado.

"É revoltante", me disse uma fonte próxima ao caso, que preferiu não se identificar. "Alguém nessa posição, com essa responsabilidade... é de cair o queixo".

Como descobriram?

Aqui é que a coisa fica interessante. A investigação partiu de denúncias anônimas — sempre elas — que chegaram através daquele canal online da PF. Desde maio, os agentes vinham rastreando atividades suspeitas na dark web. E olha, não foi fácil não. O cara usava técnicas avançadas de ocultação, mas deixou brechas.

Quando finalmente conseguiram o mandado, na quinta-feira (4), a surpresa foi grande. Um funcionário consular! A Alemanha já foi comunicada, e imagino que estejam em estado de choque em Berlim.

Ele foi preso em flagrante — isso é importante — e agora se encontra no CDP da PF em Porto Alegre. A defesa já deve estar correndo atrás de habeas corpus, como sempre acontece nesses casos.

E agora?

O consulado emitiu uma nota dizendo que "coopera plenamente com as autoridades brasileiras" e que "repudia qualquer forma de crime". Mas convenhamos: é um baque enorme para a instituição. Como confiar num órgão que emprega alguém capaz de algo tão hediondo?

O caso segue sob sigilo, é claro. Investigadores ainda vasculham os equipamentos apreendidos — quem sabe o que mais vão encontrar? — e não descartam que haja mais envolvidos. Esse tipo de crime raramente é solitário.

Enquanto isso, Porto Alegre tenta digerir mais esse caso triste. Uma cidade que já viu de tudo, mas que sempre se surpreende com a capacidade humana de crueldade.