
O coração do Bailique parece ter parado por um instante. Depois de três dias de buscas que viraram noites sem dormir, mergulhadores encontraram o que todos temiam: o pequeno corpo sem vida de Maria Eduarda, 3 anos, desaparecida desde terça-feira na comunidade ribeirinha.
Não foi fácil. As águas escuras do rio, cheias de histórias que nunca serão contadas, desafiaram até os mais experientes. "A gente sentia na pele o desespero da família", confessou um dos voluntários, com a voz embargada. Eram 16h23 quando o grito ecoou: "Achamos!".
O que sabemos até agora?
Segundo testemunhas, a menina brincava perto da margem quando sumiu. As correntezas fortes desta época do ano — que nem os adultos enfrentam sem cuidado — podem ter sido cruéis. A polícia ainda investiga se houve negligência, mas a comunidade já se une no luto.
Dados que cortam a alma:
- 3 dias de buscas ininterruptas
- Mais de 50 voluntários envolvidos
- 5 embarcações e 2 equipes de mergulho
"Ela era a alegria da vila", contou Dona Marta, vizinha da família, enquanto enxugava as lágrimas com a ponta do lenço. Nas redes sociais, #JustiçaParaMariaEduarda já viralizou, mostrando como até nas tragédias mais íntimas, o Brasil encontra maneira de se unir.
E agora?
O IML já confirmou o óbito. O corpo será liberado para sepultamento após laudos — um trâmite que parece frio demais para quem perdeu uma vida tão jovem. Enquanto isso, psicólogos foram enviados para atender a família e os voluntários traumatizados.
No rio, as águas seguem seu curso. Na vila, o silêncio pesa mais que o calor amazônico. Resta a pergunta que não quer calar: quantas Marias precisamos perder até que todas as crianças ribeirinhas tenham a segurança que merecem?